O país dos Balcãs tem sido abalado há meses por protestos estudantis, desencadeados pela morte de 15 pessoas quando o teto de uma estação ferroviária colapsou na cidade de Novi Sad, em novembro.
As mortes reacenderam o descontentamento contra a corrupção e a alegada falta de supervisão dos projetos de construção e desenvolvimento.
Centenas de estudantes, apoiados pelos cidadãos e pela direção de algumas universidades, estavam a bloquear dois escritórios da Rádio Televisão da Sérvia (RTS) na capital, a sede no centro de Belgrado e um estúdio desde 14 de Abril.
Também bloquearam a Rádio Televisão Voivodina (RTV) em Novi Sad, embora esta ação tenha durado apenas um dia.
Os estudantes acusaram as emissoras nacionais de ignorarem os seus protestos e exigiram reportagens de interesse público e uma eleição transparente dos membros do órgão regulador dos meios de comunicação social.
Como fator decisivo para o fim do bloqueio, uma comissão parlamentar solicitou hoje a eleição de membros da Autoridade Reguladora dos Media Eletrónicos (EMRA).
"O bloqueio do RTS acabou", escreveram alguns estudantes na rede social Instagram, enquanto outros gritavam "Vitória, vitória!", e dançavam em frente ao escritório da RTS em Belgrado, segundo um jornalista da agência France-Presse (AFP).
"Não é uma vitória completa. No entanto, temos tido sucesso parcial", destacou Nada Bokaterevic, estudante de Economia, à AFP.
Os protestos aumentaram a pressão sobre o Governo do Presidente Aleksandar Vucic, levando à demissão de vários líderes, incluindo o primeiro-ministro.
Vucic alternou entre apelos ao diálogo e acusações de que os estudantes estavam a tentar uma "revolução colorida".
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