EUA de luto. "Crime de ódio" no Texas é o pior massacre do ano

Dados oficiais indicam que ataque fez pelo menos 20 vítimas mortais e 26 feridos.

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Andrea Pinto com Lusa
04/08/2019 08:09 ‧ 04/08/2019 por Andrea Pinto com Lusa

Mundo

El Paso

Tratou-se do ataque mais mortífero deste ano nos Estados Unidos. Um homem armado irrompeu pelo parque de estacionamento do famoso supermercado Walmart, em El Paso, no Texas, e disparou indiscriminadamente contra os que estavam à sua frente. Depois entrou no seu interior e continuou o massacre. O resultado final são pelo menos 20 mortos e 26 feridos.

Atirador solitário

A indicação inicial era a de que o ataque teria sido perpetrado por vários homens armados. Uma teoria que foi entretanto desmentida.

Patrick Crusius, um caucasiano de 21 anos, será o autor do tiroteio. Natural de Allen, perto de Dallas, no Texas, o jovem atuou sozinho com recurso a uma única arma, também ela já apreendida. 

O jovem foi detido sem apresentar resistência e terá deixado um manifesto nas redes sociais a justificar o ataque.

Trump repudia "ato de cobardia" mas não foge a acusações

O primeiro a reagir ao ataque foi o governador do Texas, Greg Abbott, que lamentou um dos "dias mais mortíferos da história do Texas", que fez com que "pessoas inocentes" perdessem a vida. Seguiu-se o Presidente dos EUA que, como já vem sendo habitual, usou as redes sociais para dar voz aos seus pensamentos.

Donald Trump definiu o ataque de ontem como um "ato de cobardia". "Não há razões ou desculpas que alguma vez justifiquem a morte de pessoas inocentes", escreveu, partilhando com todos "a condenação deste odioso ato".

Da mesma forma, o vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, lamentou "a perda de tantas vidas inocentes", na mesma rede social.

Por seu lado, o governador de Nova Iorque, Adrew Cuomo, manifestou pesar com o "terrível tiroteio" e criticou Donald Trump por se curvar perante a National Rifle Association (NRA). "Enquanto o Presidente se curva covardemente perante a NRA, a epidemia da violência armada está a destruir a nossa nação", disse.

"Crime de ódio" na origem do tiroteio

A polícia norte-americana está a investigar o caso como tendo sido um crime de ódio. O chefe da polícia de El Paso, Greg Allen, afirmou que as autoridades encontraram o que acreditam ser um manifesto do suspeito que indica que este poderá ser um "crime de ódio".

"Temos um manifesto do indivíduo que indica, até certo ponto, uma possível ligação com um crime de ódio", disse Greg Allen.

Segundo a CNN, trata-se de um documento de quatro páginas que expõe ideias nacionalistas e racistas. É um texto com ideias contra imigrantes e hispânicos, que culpa os imigrantes e a primeira geração de americanos, por roubarem empregos e pela mistura de culturas nos EUA.

"Para já, trata-se de uma investigação por homicídio. Existe indícios para outros tipos de violações e estamos a analisar todas as evidências para determinar o que potencialmente existe, além das violações declaradas pelas autoridades locais", fez saber a polícia.

O documento foi publicado no 8chan, um portal de mensagens on-line muitas vezes repleto de conteúdo racistas, preconceituosos e anti-semitas. Uma análise da CNN ao documento revela que foi publicado menos de 20 minutos antes de a polícia receber os primeiros alertas sobre o tiroteio.

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