María Luisa Amores Blanco morreu no passado dia 5 de agosto, aos 65 anos de idade, a um dia de se reformar oficialmente. No mesmo dia, de manhã, tinha ido às urgências do centro de saúde com o marido, com fortes dores de cabeça, mas mandaram-na para casa depois de uma consulta de "três minutos".
O caso foi denunciado pelo El Comercio, este sábado, onde mostram uma fotografia de Germán Castellanos, o viúvo, a entrar no centro de saúde de Luganos, nas Astúrias, com a urna onde foram depositadas as cinzas de María Blanco.
Na mesma bandeja onde transportava a urna, Germán colocou, de forma simbólica, sabonetes para "limpar a consciência", os cem euros de pagamento de uma consulta "de três minutos", várias flores e um convite para pernoitar no hotel Las Viñas, propriedade do casal, "pela grande atenção prestada durante a consulta".
Un vecino de Lugones (Asturias) lleva las cenizas de su mujer al centro de salud: «La mandaron a casa y murió» https://t.co/sibHpJLygJ pic.twitter.com/YRh7O6Fy8j
— ANTONIO R-HAUPOLD (@HAUPOLD) August 10, 2019
Todos estes "presentes" eram destinados ao médico que atendeu María Blanco horas antes de morrer. A intenção do espanhol é denunciar de forma pública a negligência de que a mulher foi alvo, mas avisou que vai dar seguimento ao caso em tribunal.
Na segunda-feira em que se dirigiram ao centro de saúde, explicou Germán, María estava com fortes dores de cabeça. "Viemos às Urgências para não ter que passar por todos os protocolos do hospital, mas ele [o médico] ficou muitíssimo chateado porque tínhamos que ter ido pedir vez, então mandou-a para casa sem a observar", relatou o homem.
Ainda que admita que o resultado pudesse ter sido o mesmo, não se sabendo ainda os resultados da autópsia, Germán quer ainda assim reclamar do médico. "Devia ter-nos tratado como pessoas", lamenta.