Netanyahu revelou hoje imagens de satélite, obtidas em junho e julho na pequena cidade de Abadeh, para provar que, entre esses dois meses, o Irão destruiu uma instalação militar onde realizava dissimuladamente testes nucleares, depois de ter percebido que as autoridades israelitas tinham descoberto o seu segredo.
O Irão ainda não reagiu a esta denúncia, mas tem negado as acusações de estar a preparar armas nucleares, apesar de ter anunciado que vai aumentar o desenvolvimento de urânico enriquecido, à revelia dos termos do acordo que estabeleceu com vários países, como sinal de protesto contra as sanções impostas pelos Estados Unidos, que unilateralmente abandonaram o acordo assinado em 2015.
Durante uma conferência de Imprensa em Jerusalém, o chefe de Governo de Israel pediu à comunidade internacional para manter pressão sobre o Irão, para impedir o seu programa nuclear, numa altura em que os responsáveis da agência nuclear das Nações Unidas se encontram reunidos em Viena.
"Continuaremos a descobrir as suas mentiras", insistiu Netanyahu, acrescentando que as sanções sobre o Governo de Teerão são a "única forma de travar o caminho do Irão para a bomba nuclear".
A preocupação israelita é tanto maior pela animosidade que separa os dois países há várias décadas, com ameaças sucessivas de ataques que se intensificaram nos últimos meses.
Ainda hoje, o exército israelita disse que as forças iranianas lançaram vários mísseis, a partir da Síria, embora sem atingir o território israelita.
O incidente seguiu-se a uma série de ataques aéreos contra posições iranianas na cidade síria de Al Bukamal, na fronteira com o Iraque, matando dezoito soldados milicianos, que a Síria atribui a Israel.
O anúncio do primeiro-ministro interino de Israel também está a interferir com a campanha eleitoral para as eleições nacionais de 17 de setembro, depois de Netanyahu ter perdido a maioria parlamentar, em abril.
"O que quero dizer aos tiranos iranianos é que Israel sabe o que vocês estão a fazer", afirmou Netanyahu, que tem sido um dos principais opositores ao acordo nuclear internacional com o Irão, referindo-se às instalações em Abadeh, 500 quilómetros a sudeste de Teerão.
Em 2018, o Presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o seu país do acordo nuclear com o Irão e instaurou várias sanções económicas, as últimas das quais relativas à exportação energética de gás e petróleo.
Na sequência destas medidas, Teerão tem atacado vários interesses norte-americanos na região, o que levou a um reforço da presença militar dos EUA na zona do Golfo.