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Mais de 250 pessoas continuam detidas por protestos no Egito

Organizações de direitos humanos que prestam assistência legal aos detidos nos protestos de sexta-feira no Egito calculam que mais de 250 pessoas permanecem detidas, sendo que apenas uma pequena parte já foi ouvida pela justiça.

Mais de 250 pessoas continuam detidas por protestos no Egito
Notícias ao Minuto

19:30 - 22/09/19 por Lusa

Mundo Egito

O diretor da Rede Árabe de Informação sobre Direitos Humanos (ANHRI), Gamal Eid, disse à agência noticiosa espanhola Efe que os manifestantes detidos nas cidades de Suez (na margem do canal do Suez), Mansura e Kafr al Sheikh (no delta do Nilo) serão interrogados perante o Promotor de Segurança do Estado na presença de advogados de defesa.

Os detidos no Cairo foram levados para dois quartéis das forças de segurança no leste da capital e os advogados que se deslocaram para aquele local ainda não tiveram acesso aos clientes, segundo Gamal Eid.

"É um local de detenção ilegal e isso é contra a lei", disse o advogado de direitos humanos, cuja ONG conseguiu verificar os nomes de mais de 70 detidos.

Segundo a Rede Árabe, cerca de 150 jovens que foram presos na Praça Tahrir, no Cairo, e arredores, foram entregues ao Ministério Público de Segurança e serão levados à justiça.

Eid disse que as organizações que estão a auxiliar os detidos estimam que mais de 250 pessoas estão presas em todo o Egito, de acordo com queixas de familiares e verificações de advogados em esquadras e locais de detenção.

O Centro Egípcio de Direitos Económicos e Sociais publicou hoje uma lista de 274 pessoas, identificadas, com nomes e sobrenomes, cuja detenção foi denunciada, embora os advogados da ONG não tenham conseguido descobrir sua situação legal até o meio-dia de hoje.

As autoridades egípcias não fornecem dados sobre as pessoas detidas desde a noite de sexta-feira, quando ocorreram protestos no centro do Cairo e em outras cidades do país para exigir a renúncia do Presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi

Os protestos reuniram apenas algumas centenas de pessoas, mas são os primeiros de relevo registados desde 2016, num país onde as mobilizações de rua são estritamente proibidas.

Organizações locais e internacionais de direitos humanos denunciam que milhares de pessoas foram presas nos últimos anos por expressar opiniões críticas contra o Governo.

As manifestações foram convocadas por um empresário egípcio radicado em Barcelona, que recentemente denunciou uma alegada rede de corrupção no seio das Forças Armadas, de onde provém Al Sissi, e acusou diretamente o ex-marechal e outros generais.

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