Uma fonte diplomática da NATO igualmente contactada pela Lusa confirmou que o recente lançamento russo será abordado numa reunião de emergência agendada para a próxima terça-feira em Bruxelas.
"A Rússia lançou um míssil balístico de médio alcance experimental contra a Ucrânia. A Rússia quer aterrorizar a população da Ucrânia e intimidar os que apoiam o país na sua defesa contra a agressão russa ilegal e iniciada de forma gratuita", disse à Lusa a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Farah Dakhlallah.
A ação por parte de Moscovo "não vai alterar as circunstâncias do conflito e também não vai dissuadir os países da NATO de apoiarem a Ucrânia", acrescentou a porta-voz de Mark Rutte, secretário-geral da Aliança Atlântica.
Uma fonte diplomática da NATO também contactada pela Lusa confirmou que na próxima terça-feira, 26 de novembro, vai realizar-se uma reunião de emergência do Conselho NATO - Ucrânia, estrutura criada em julho de 2023 para aproximar o país do bloco político-militar, para discutir a escalada do conflito.
A reunião vai realizar-se ao nível dos embaixadores e não há indicações sobre uma eventual participação do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em declarações feitas hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, afirmou esperar decisões concretas em relação à Rússia durante esta reunião com a NATO.
"Esperamos que [a reunião] conduza a resultados concretos e significativos", disse o chefe da diplomacia ucraniana, indicando ainda que Kyiv pretende abordar no encontro "a questão de (como) limitar a capacidade da Rússia para produzir este tipo de armas".
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira que as suas forças atacaram a Ucrânia com um novo míssil balístico hipersónico de médio alcance, sem carga nuclear, num ataque à cidade de Dnipro.
Putin justificou o disparo do míssil em resposta aos dois ataques efetuados pela Ucrânia contra território russo nos últimos dias com mísseis norte-americanos ATACMS e britânicos Storm Shadow, armas com um alcance de cerca de 300 quilómetros.
O Presidente russo considerou ainda que o conflito na Ucrânia tem atualmente contornos de uma "guerra mundial" e advertiu que não pode excluir a possibilidade de ataques contra "países ocidentais".
"Acreditamos que temos o direito de usar as nossas armas contra as instalações militares dos países que permitem usar as suas armas contra as nossas instalações", afirmou.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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