"A emergência climática é uma corrida que estamos a perder mas que ainda podemos ganhar. A crise climática é provocada por nós e as soluções devem vir de nós. Temos as ferramentas: a tecnologia está do nosso lado", afirmou o português perante dezenas de líderes internacionais ao abrir a Cimeira da Ação Climática, que decorre hoje na sede da ONU.
António Guterres frisou que a cimeira de hoje não é para discursos nem negociações, mas para ação, com compromissos concretos.
Entre as ações concretas que defende, Guterres destacou o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a importância de deixar de construir mais centrais elétricas a carvão.
"Está na hora de mover os impostos dos salários para o carvão e taxar a contaminação, não as pessoas", declarou.
O secretário-geral da ONU apelou aos países para cumprirem os seus compromissos e reduzirem as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, lembrando que o objetivo para todos tem que ser a neutralidade carbónica em 2050, para conter o aumento da temperatura global e limitá-lo a 1,5 graus acima dos valores médios da era pré-industrial.
"A minha geração falhou na sua responsabilidade de proteger o nosso planeta. Isso tem que mudar", afirmou, destacando que "os jovens estão a oferecer soluções, insistindo na responsabilidade e exigindo ações urgentes".
Guterres lembrou os desastres naturais mais recentes, como o furacão Dorian, nas Bahamas, e as temperaturas recorde que se registam no mundo, e alertou que são uma visão do futuro se não houver uma mudança de rumo.
"A natureza está zangada. Acreditar que a podemos mudar é enganarmo-nos a nós próprios, porque a natureza contra-ataca sempre", ilustrou.