"Foi uma proposta que surgiu (...) Nós avaliamos bem e fizemos consultas aos partidos do Grande Polo Patriótico e ao grupo parlamentar. A consulta deu bom resultado e vamos dar esse passo", disse Maduro, no palácio presidencial de Miraflores, durante uma conferência de imprensa transmitida em direto e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
Nicolás Maduro sublinhou que o regresso ao parlamento dos deputados afetos ao regime são "passos ao diálogo, ao entendimento, à paz" dos venezuelanos e do país.
Segundo o Presidente da Venezuela, o regresso tem ainda como propósito impulsionar o diálogo dentro do parlamento e o entendimento entre alguns setores para fazer com que o organismo volte à normalidade.
No dia 16 de setembro, o Governo venezuelano e quatro pequenos partidos da oposição (Avançada Progressista, Soluções para a Venezuela, Movimento ao Socialismo e Cambiemos), chegaram a um acordo para a criação de uma nova mesa de diálogo.
O acordo, foi assinado em Caracas, na Casa Amarilla (Ministério das Relações Exteriores) e prevê que os deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), regressem à Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), acusada de desacato pelo regime.
Também que seja formado um novo Conselho Nacional Eleitoral, que sejam dadas garantias aos processos eleitorais e que alguns presos políticos beneficiem de medidas alternativas à prisão.
Por outro lado, vão ser defendidos os "direitos legítimos" da Venezuela sobre o território Esequibo, em disputa com a vizinha Guiana e que sejam condenadas as sanções económicas contra a Venezuela.
O acordo prevê ainda que a Venezuela ative um programa de intercâmbio de alimentos e medicamentos, em concordância com os mecanismos técnicos existentes na ONU.
O líder político opositor Juan Guaidó questionou a decisão desses pequenos partidos opositores de criarem uma nova plataforma de diálogo com o regime, porque intensificará a crise no país.
"Já o regime tentou, antes, este tipo de manobras, que levarão a uma maior crise, a um isolamento internacional. Não há confiança no regime", disse no mesmo dia em que o acordo foi assinado.