Às primeiras horas deste dia de alto risco num país habituado a protestos e repressões violentas, centenas de guardas e elementos da polícia utilizaram granadas e gás lacrimogéneo para diminuir a contestação, como em Cosa, um reduto da oposição, relatou a agência France-Presse.
"É preciso impedir as reuniões, nenhuma multidão é autorizada", gritava um dos oficiais que dirigia a operação.
Os confrontos seguidos de detenções foram reportados nos bairros de Cimenterie, Wanindara ou Dar Es Salam, ainda segundo as testemunhas e as forças de segurança.
Algumas barricadas foram erguidas nas ruas e pneus queimados, prosseguem os relatos.
Dois jovens foram feridos por balas em Wanidara, em circunstâncias que ainda não foram apuradas, segundo indicaram à AFP dois jornalistas que trabalham em edições online e um médico que solicitou anonimato, por razões de segurança.
Em Cosa, outro bairro de Conacri, foram ouvidos tiros esporádicos durante uma parte da manhã.
Conacri aparenta ser uma cidade fantasma, com lojas fechadas em Kaloum, um bairro administrativo e de negócios e hoje quase deserto.
"Eu estou aqui frente à minha loja para a proteger de eventuais pilhagens, seja da parte das forças da ordem, de bandos descontrolados ou jovens bandidos", como acontece sistematicamente em dias de protesto, declarou Alphadio Barry no mercado de Koloma.
A tensão subiu após o apelo a uma manifestação lançado pela Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC).
Esta coligação reúne os partidos da oposição, os sindicatos e elementos da sociedade civil que se opõem a uma revisão da Constituição, defendida pelo poder.
Esta revisão permitirá a Alpha Condé, 81 anos, de se apresentar para um terceiro mandato no final de 2020, uma vez que a atual Constituição limita essa possibilidade a dois mandatos.