O procurador-geral, Juan Lanchipa Ponce, explicou, em comunicado, que das "mais de 87 pessoas detidas", seis estão em prisão preventiva e 12 com medidas de coação aplicadas.
"Queremos deixar claro que não vamos permitir que nenhum desses casos fique impune", disse o procurador-geral sobre os distúrbios que ocorreram desde segunda-feira, durante os quais várias sedes regionais do corpo eleitoral foram atacadas.
Lanchipa acrescentou que o Ministério Público "trabalha exaustivamente para identificar os autores materiais e apresentá-los à autoridade jurisdicional, para que recebam a sanção correspondente".
"Estamos a trabalhar para encontrar os autores através dos relatórios policiais, depoimentos informativos de testemunhas, câmaras de segurança, entre outros", acrescentou.
A procuradoria abriu 40 processos por atos de vandalismo, considerando que colocam em risco a vida e a integridade das pessoas, além de atacar a propriedade pública e privada, disse Juan Lanchipa Ponce.
Os protestos, em alguns casos violentos, aconteceram desde segunda-feira devido a uma alegada fraude eleitoral em favor do presidente do país, depois das eleições de domingo.
A oposição e os movimentos cívicos exigem uma segunda volta entre Morales e o opositor Carlos Mesa, para esclarecer dúvidas sobre o processo eleitoral, com o apoio de organizações internacionais e de vários países.
Os resultados oficiais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia, citados pela AFP, indicam que, com 99,81% dos votos contados, Evo Morales conquistou 47,06% dos votos, contra 36,52% do seu principal adversário, o candidato centrista e ex-presidente boliviano Carlos Mesa.
O resultado garante, para já, a distância de 10 pontos percentuais necessários para que Evo Morales se possa declarar vencedor à primeira volta.