Pelo menos 87 detidos em protestos na Bolívia

Pelo menos 87 pessoas foram detidas na Bolívia durante os protestos que ocorreram durante a semana devido a uma alegada fraude eleitoral a favor do presidente do país, Evo Morales, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República

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Lusa
26/10/2019 06:59 ‧ 26/10/2019 por Lusa

Mundo

Bolívia

O procurador-geral, Juan Lanchipa Ponce, explicou, em comunicado, que das "mais de 87 pessoas detidas", seis estão em prisão preventiva e 12 com medidas de coação aplicadas.

"Queremos deixar claro que não vamos permitir que nenhum desses casos fique impune", disse o procurador-geral sobre os distúrbios que ocorreram desde segunda-feira, durante os quais várias sedes regionais do corpo eleitoral foram atacadas.

Lanchipa acrescentou que o Ministério Público "trabalha exaustivamente para identificar os autores materiais e apresentá-los à autoridade jurisdicional, para que recebam a sanção correspondente".

"Estamos a trabalhar para encontrar os autores através dos relatórios policiais, depoimentos informativos de testemunhas, câmaras de segurança, entre outros", acrescentou.

A procuradoria abriu 40 processos por atos de vandalismo, considerando que colocam em risco a vida e a integridade das pessoas, além de atacar a propriedade pública e privada, disse Juan Lanchipa Ponce.

Os protestos, em alguns casos violentos, aconteceram desde segunda-feira devido a uma alegada fraude eleitoral em favor do presidente do país, depois das eleições de domingo.

A oposição e os movimentos cívicos exigem uma segunda volta entre Morales e o opositor Carlos Mesa, para esclarecer dúvidas sobre o processo eleitoral, com o apoio de organizações internacionais e de vários países.

Os resultados oficiais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia, citados pela AFP, indicam que, com 99,81% dos votos contados, Evo Morales conquistou 47,06% dos votos, contra 36,52% do seu principal adversário, o candidato centrista e ex-presidente boliviano Carlos Mesa.

O resultado garante, para já, a distância de 10 pontos percentuais necessários para que Evo Morales se possa declarar vencedor à primeira volta.

 

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