Lula libertado. "Eles não prenderam um homem, tentaram matar uma ideia"

Ex-presidente do Brasil vai aguardar julgamento em liberdade.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
08/11/2019 20:42 ‧ 08/11/2019 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Mundo

Lula da Silva

Lula da Silva já foi libertado e saiu da prisão de Curitiba, esta sexta-feira. O ex-presidente do Brasil vai aguardar julgamento em liberdade.

Milhares de apoiantes esperavam o ex-presidente do país e foram saudados. Lula fez, depois, um discurso, onde cumprimentou vários dos seus "companheiros" e apresentou os seus advogados, a filha, o neto e a nova namorada com quem irá casar. 

"Além de continuar a lutar para melhorar a vida do povo brasileiro [...] Quero dizer alto e bom som [...] que o lado mentiroso da Polícia Federal que fez este inquérito contra mim, do Ministério Público e o Moro, eles têm que saber: Eles não prenderam um homem, eles tentaram matar uma ideia. Uma ideia não se mata, uma ideia não desaparece. Quero lutar para provar que, se existe uma quadrilha neste país, é isto que eles fizeram", considerou Lula.

"Eu não tenho mágoa da Polícia Federal, eu não tenho mágoa dos carcereiros, eu não tenho mágoa de ninguém. Tenho é vontade de provar que este país pode ser muito melhor na hora que tiver um governante que não minta tanto pelo Twitter como o [presidente Jair] Bolsonaro mente", disparou.

O ex-presidente também disse que saía da prisão sem ódio e que no seu coração só havia "espaço para o amor porque o amor vai vencer neste país."

"A porta do Brasil estará aberta para que eu possa percorrer este país", referiu ainda. "Do fundo do coração obrigado. Serei eternamente grato e fiel", gritou aos manifestantes.

Recorde-se que juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, autorizou hoje a saída imediata de Lula da Silva da prisãoLuiz Inácio Lula da Silva, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, viu a sua libertação decidida por um juiz em menos de 24 horas.

Em causa está a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, que anulou, na quinta-feira, a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, alterando um entendimento adotado desde 2016. O antigo presidente estava preso há 580 dias em Curitiba.

Com a decisão, réus condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, ou seja, depois de esgotados todos os recursos, com exceção para casos de prisão preventiva decretada.

O histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) foi preso após ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), num processo sobre a posse de um apartamento, que os procuradores alegam ter-lhe sido dado como suborno em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras pela construtora OAS.

[Notícia atualizada às 21h14]

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