"O Governo do Gana decidiu retirar o reconhecimento do Kosovo como Estado independente", afirmou o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, Charles Owiredu.
O Governo ganês, numa carta enviada à Sérvia, referiu que "a decisão de reconhecer o Kosovo revelou-se prematura".
Na missiva, citada pela agência noticiosa France-Presse, o país da África Ocidental diz ter "analisado o contínuo diálogo entre Sérvia e Kosovo, destinado à jornada deste último em ser reconhecido como um Estado independente e soberano", acrescentando que "apoia o processo em curso para concluir este assunto".
Este anúncio pode perturbar a resolução de um longo diálogo entre Belgrado e Pristina, conduzido pela União Europeia e que está suspenso há mais de um ano.
O Kosovo declarou a sua independência da Sérvia em 2008, marcando a mais recente cisão entre as nações que integravam a antiga Jugoslávia.
A antiga província é reconhecida pela maioria dos países ocidentais, mas necessita do reconhecimento da Sérvia - assim como dos aliados Rússia e China - para que adquira um lugar na Organização das Nações Unidas.
Na carta enviada a Belgrado, Acra diz que a decisão de declarar unilateralmente a independência foi contra "a resolução 1244 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", de 1999, que colocava o Kosovo sob proteção internacional.
Esta resolução atribuía ao Kosovo "autonomia substancial" e "autoadministração", mas não uma independência total.
O Gana acrescentou que espera assim "encorajar outros Estados-membros das Nações Unidas" a tomar a mesma decisão.
Neste momento, 16 países reverteram a sua decisão de reconhecer a independência do Kosovo.
Pristina aponta que a independência do Kosovo é reconhecida, atualmente, por 116 países.
Este mês, o enviado da secretária de Estado dos Estados Unidos para os Balcãs Ocidentais, Matthew Palmer, numa visita à capital kosovar, alertou que "a campanha para incentivar os países a retirarem o seu reconhecimento do Kosovo e bloquearem a participação do Kosovo em organizações internacionais deve parar".