"O pastor já não regressará a São Tomé amanhã [sábado] como estava previsto, contudo, o diretor das Comunidades do Ministério dos Negócios Estrangeiros permanecerá na Costa do Marfim", disse hoje à imprensa o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Wando Castro.
Há cerca de 15 dias, depois de várias negociações, o jovem pastor foi colocado em liberdade provisória, estando marcado o seu regresso ao país natal para este sábado.
"Aquela liberdade ainda não era plena, não era definitiva, porque pendia ainda a questão de abandonar o país", indicou o governante.
Segundo o ministro, para que Uidumilo pudesse abandonar a Costa do Marfim e regressar a São Tomé e Príncipe, ele tinha que ser submetido a uma nova audiência com o juiz do tribunal que o condenou.
"Esta audiência estava marcada para o dia 14 de novembro [quinta-feira] e estava tudo tratado para que o pastor pudesse regressar ao país no dia 16", explicou Wando Castro.
"Acontece, porém, que ontem [quinta-feira], em sede de audiência, o senhor pastor Uidumilo Veloso, para espanto de toda a gente, anunciou que já não gostaria de ser assistido pelos advogados patrocinados pelo Governo e decidiu nomear um novo grupo de advogados", explicou o ministro.
Wando Castro disse tratar-se de "um direito que lhe assiste" e afirmou que o executivo "nada pode fazer quanto a isto".
O responsável sublinhou que a decisão do pastor "teve como consequência a suspensão" da sessão no tribunal, que ficou marcada para o dia 27 deste mês.
Wando Castro lamentou o que considerou uma "atitude muito estranha" do pastor Veloso e garantiu que o Governo vai acompanhar o processo até à sua conclusão.
A prisão do pastor da IURD, na sequência de uma queixa por alegadamente estar a difamar a Igreja Universal na Costa do Marfim, onde estava há vários anos, originou grande contestação popular em São Tomé e Príncipe, que culminou em meados de outubro com uma manifestação violenta, em que morreu um adolescente, e a vandalização de templos da IURD em todo o país.