A procuradoria de Adana, sul do país, ordenou as detenções por "propaganda terrorista", provocar "ódio contra a nação turca" e "humilhar as instituições e órgãos do Estado".
Centenas de pessoas já foram detidas na Turquia por criticarem a ofensiva militar contra as milícias curdas, desencadeada em 09 de outubro. Apenas na primeira semana da invasão, foram investigadas cerca de 800 contas nas redes sociais e presas 121 pessoas.
"Enquanto os nossos soldados estão a dar as suas vidas contra o terror [na Síria], não deixaremos que nada seja pronunciado contra eles aqui", assinalou o ministro do Interior, Suleyman Soylu.
Através de um relatório intitulado "Não nos podemos queixar", a Amnistia Internacional (AI) denunciou em outubro a detenção de centenas de pessoas, incluindo uma dezena de jornalistas, por criticarem a ofensiva militar nas redes sociais.
O documento sublinha que as autoridades investigaram perfis de redes sociais que utilizavam palavras como "guerra, ocupação ou Rojava" nas suas publicações.
Rojava é a designação de uma região autónoma do Curdistão sírio.
A Turquia lançou em outubro uma nova incursão militar na Síria para assumir o controlo de uma franja do país vizinho e expulsar da sua zona fronteiriça das milícias curdas sírias Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera "terroristas" pelas ligações que mantém ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda ativa na Turquia.
Em 2018, durante uma operação militar turca no enclave curdo sírio de Afrin, quase 800 pessoas foram detidas pelos seus comentários nas redes sociais sobre essa intervenção armada.