"É inquietante", reagiu durante uma conferência de imprensa em Washington.
"Mantemo-nos confiantes e ainda contactamos com os turcos para tentar encontrar uma saída. Não quero adiantar sobre a decisão que o Presidente [Donald Trump] pode tomar, ou não. Mas exprimimos claramente ao Governo turco o nosso desejo de os vermos afastarem-se da concretização completa da operação", declarou numa referência ao sistema de defesa antiaérea e antimíssil S-400, de fabrico russo.
Os 'media' turcos referiram que Ancara iniciou na segunda-feira os testes dos sistemas S-400 adquiridos à Rússia apesar da ameaça de sanções norte-americanas. Aviões militares, incluindo F-16 de fabrico norte-americano, sobrevoaram uma base turca para testar os radares dos S-400 e promover a formação dos operadores turcos responsáveis pela sua manutenção.
A aquisição pelos turcos deste sistema de defesa antiaérea e antimíssil russo está a suscitar um dos mais sérios momentos de tensão entre Ancara e Washington.
A questão foi abordada durante um encontro em meados de novembro, em Washington, entre os presidentes Recep Tayyip Erdogan e Donald Trump.
Os Estados Unidos consideram, entre outras reservas, que os S-400 não são compatíveis com os dispositivos da NATO, da qual a Turquia é Estado-membro.
Washington também afirma que a compra por Ancara deste sistema ultrassofisticado, com as entregas iniciadas em julho, pode comprometer os segredos tecnológicos do caça furtivo norte-americano F-35.
A Turquia encomendou mais de 100 destes aparelhos e a sua indústria de defesa investiu importantes verbas neste programa, mas os Estados Unidos decidiram excluir o país do projeto, e logo após o envio pelos russos dos primeiros S-400.
A Turquia permanece sob a ameaça de sanções pela compra dos S-400, mas em outubro um responsável norte-americano afirmou que Ancara não seria penalizada caso decidisse não ativar os sistemas russos.
Nas últimas semanas os dirigentes turcos repetiram que os S-400 iriam ser utilizados.