Na sexta-feira, Rússia e China vetaram um projeto de resolução, apresentado por Alemanha, Bélgica e Kuwait, que prolongava por mais um ano a ajuda humanitária das Nações Unidas na Síria, que termina a 10 de janeiro.
"À Rússia e à China, que adotaram essa posição política, opondo-se à resolução: vocês têm sangue nas mãos", reagiu, em comunicado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo.
Segundo o governante, os governos de Moscovo e Pequim "preferiram apoiar o seu parceiro em Damasco, pondo em causa a vida de milhões de civis inocentes".
Mike Pompeo frisou ainda que "não há alternativa aos fornecimentos transfronteiriços das Nações Unidas e não há soluções de substituição viáveis para alimentar milhões de sírios até que o regime sírio acabe com a guerra contra o seu próprio povo".
Organizações não-governamentais alertaram hoje para uma eventual catástrofe humanitária na Síria.
A ajuda humanitária, proveniente de Jordânia, Iraque e Turquia, chega à Síria através de pontos de passagem designados pelas Nações Unidas, sem autorização oficial do regime de Damasco, e beneficia quatro milhões de sírios, sobretudo habitantes de regiões que escapam ao controlo governamental, como a província de Idlib (noroeste).
Desencadeada em 2011 com a repressão de manifestações antigovernamentais, a guerra na Síria já causou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.