"As Forças Armadas sudanesas e outras forças regulares estão a avançar no eixo de Wad Madani, capital do estado da Al Jazeera, e a infligir enormes perdas às forças da milícia rebelde", afirmou o Exército num breve comunicado publicado no seu `site´.
A publicação foi acompanhada por um vídeo que mostra vários homens fardados a celebrar a entrada nesta cidade situada a sul de Cartum, da qual o Exército se retirou em 18 de dezembro de 2023 face ao avanço dos paramilitares, que tomaram o controlo de grandes áreas do Sudão no início da guerra.
O governador da região do Darfur, Minni Arko Minawi, também celebrou na sua conta oficial na rede social X a ofensiva do Exército sudanês e a "libertação" de Wad Madani.
As Forças Armadas "derrubaram os muros da miséria e da agressão e libertaram Al Jazeera e a sua capital, Wad Madani, está livre", salientou Minawi.
Antes da guerra que começou em abril de 2023, Wad Madani era a segunda maior cidade do país em termos de população, com cerca de 700.000 habitantes, além de constituir um importante centro comercial e económico do país africano.
Após o início do conflito, tornou-se uma das principais áreas de refúgio para centenas de milhares de sudaneses que fugiram da capital, Cartum, e de outras zonas do país capturadas pelas FAR.
Nos últimos dias, o exército sudanês lançou várias ofensivas para retomar o controlo das zonas próximas da capital dos paramilitares, que continuam a manter uma presença significativa no sul do país e na vasta região ocidental do Darfur, o seu principal bastião.
A guerra no Sudão, que se iniciou em abril de 2023, provocou dezenas de milhares de mortos, e converteu o país no cenário da pior crise de deslocados do planeta, após mais de 14 milhões de pessoas se verem obrigadas a abandonar as suas casas, das quais mais de três milhões para outros Estados, de acordo com a ONU.
A guerra eclodiu devido a um desacordo entre o exército e as FAR sobre a inclusão dos paramilitares no poder após o golpe de 2021, que pôs fim à tentativa de democratização do país na sequência do derrube do antigo Presidente Omar al-Bashir, em 2019.
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