Emmanuel Macron "decidiu que não aplicará essa lei no final do seu mandato, em 2022, ou em 2027, no caso de fazer um segundo mandato", disse fonte da Presidência francesa à agência AFP, confirmando uma informação avançada pelo jornal Le Parisien.
Esta decisão - que resulta de "uma intenção de coerência", segundo o Eliseu - faz de Emmanuel Macron o primeiro Presidente francês a renunciar à pensão vitalícia a que tem direito depois de deixar a função (de 6.220 euros brutos por mês).
Emmanuel Macron, que fez 42 anos no sábado, decidiu ainda não tomar assento no Conselho Constitucional francês, no qual os antigos Presidentes são membros vitalícios e com direito a um subsídio de 13.500 euros por mês.
Este anúncio surge numa altura em que a reforma do sistema de pensões está a ser fortemente contestada em França, através de greves e manifestações.
Nas últimas duas semanas, os trabalhadores do setor dos transportes, além de outros serviços, têm estado em greve e a situação ameaça manter-se até ao final do ano.
A greve geral de terça-feira fechou escolas, deixou hospitais a meio gás e paralisou os transportes.
Entre os aspetos mais contestados estão a idade prevista para a reforma, que a proposta do Governo passa dos atuais 62 para os 64 anos, bem como a medida que penaliza os trabalhadores que se aposentarem antes dessa idade com uma redução, premiando, por outro lado, os que saírem mais tarde da vida ativa.
De visita à Costa do Marfim, Emmanuel Macron dirigiu-se no sábado aos grevistas que contestam a proposta de reforma das pensões para lhes pedir "espírito de responsabilidade", dizendo que "é bom saber dar tréguas".