"Desejo paz e fraternidade e que as famílias guineenses se voltem a reencontrar fora das divisões que temos conhecido e dos conflitos e das crises e sermos capazes de celebrar aquilo que nos identifica enquanto guineenses e acreditar que o ano de 2020 vai ser o início da construção de uma nova Guiné-Bissau. Paz para todas as famílias", afirmou Domingos Simões Pereira, candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Domingos Simões Pereira falava aos jornalistas na quinta-feira em Gabu, no leste do país a cerca de 190 quilómetros de Bissau, uma das regiões do país, onde perdeu para o seu adversário Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15).
"Não há terreno adversário para mim, todo o território nacional é parte da nossa soberania e, portanto, eu venho falar ao povo e eleitorado guineense e sinto-me em casa. Eu estou na praça de Gabu a receber este calor humano", afirmou entre os seus apoiantes.
Na quinta-feira, a cidade de Gabú foi também palco de um comício de Umaro Sissoco Embaló, realizado no antigo aeródromo da cidade.
"Um bom Natal e um Ano Novo Próspero já como o general do povo (como é chamado pelos apoiantes) como Presidente da República da Guiné-Bissau", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O candidato mostrou-se otimista com a sua eleição na segunda volta, afirmando que os milhares de pessoas presentes no seu comício mostravam a "força da coligação", que fez com os terceiro, quatro e quinto candidatos mais votados na primeira volta das eleições presidenciais, realizada em 24 de novembro.
"A força da verdade está comigo. A política não se faz com mentiras ou com ambições escondidas nós lutamos sempre por este país que nunca será posto na penhora e à venda", disse.
Domingos Simões Pereira, católico, e Umaro Sissoco Embaló, muçulmano, refletem a diversidade cultural e religiosa da Guiné-Bissau, país com pouco mais de 1,5 milhões de habitantes.
Dados indicam que existem 45,1% de muçulmanos, 22,1% de cristãos e 14% de animistas.
O país é um dos que assinala oficialmente feriados muçulmanos e católicos, num respeito pela fé da população.
Mais de 760.000 guineenses são chamados às urnas no domingo para escolher entre Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló o próximo Presidente da Guiné-Bissau.
Apesar da festa de Natal, os candidatos prosseguem hoje com a campanha eleitoral nas regiões de Oio e de Bafatá.