Irão não vai entregar caixas negras do avião ucraniano Boeing737 aos EUA

A autoridade de aviação civil iraniana indicou hoje que não vai entregar aos Estados Unidos as duas caixas negras do avião ucraniano Boeing 737 que se despenhou depois de descolar de Teerão, provocando a morte de 176 pessoas.

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Lusa
08/01/2020 13:49 ‧ 08/01/2020 por Lusa

Mundo

Tensão EUA/Irão

"Não vamos entregar as caixas negras ao fabricante (Boeing) e aos americanos", afirmou o chefe da Organização da Aviação Civil iraniana, Ali Abedzadeh, citado pela agência de notícias Mehr.

"Ainda não está claro em que país as caixas negras irão para investigação", acrescentou.

Segundo a agência iraniana Mehr, Abedzadeh disse que, de acordo com as leis internacionais que regem o transporte aéreo, o país onde ocorre um acidente tem o direito de realizar a investigação.

"A investigação deste acidente estará sob a responsabilidade do Irão, mas os ucranianos poderão participar", explicou.

De acordo com as regras da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), da qual o Irão, os Estados Unidos e a Ucrânia são membros, as investigações de acidentes aéreos regressam efetivamente ao país onde ocorrem.

No entanto, segundo especialistas do setor, poucos países são capazes de analisar caixas negras. Entre eles estão a Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

A queda de um avião ucraniano perto da capital do Irão provocou a morte de todas as pessoas que seguiam a bordo.

Pelo menos 170 pessoas, entre passageiros e tripulantes, seguiam a bordo do Boeing 737, que se despenhou pouco depois de descolar do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerão.

Segundo agências internacionais, o avião da Ukraine International Airlines caiu num terreno agrícola a sudoeste de Teerão.

As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

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