Mandatária de Simões Pereira está a "lançar poeira" para confundir

O presidente da Comissão Nacional de Eleições, José Pedro Sambú, disse hoje que as acusações da mandatária da candidatura de Domingos Simões Pereira às presidenciais são falsas e que só visam "lançar poeira" para confundir.

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Lusa
09/01/2020 12:09 ‧ 09/01/2020 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

"É falso e desprovido de qualquer fundamento, a meu ver essa leitura da mandatária da candidatura de Domingos Simões Pereira é lançar poeira para confundir tudo e todos", afirmou à Lusa José Pedro Sambu.

A mandatária da candidatura de Domingos Simões Pereira às eleições presidenciais da Guiné-Bissau afirmou na quarta-feira que o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi coagido por militares a forjar números e a "ignorar a soberania popular".

"Nas eleições de 29 de dezembro, para atribuir a vitória parcial ao candidato do MADEM-G15, o presidente da CNE, José Pedro Sambu, fora coagido a cometer um erro grotesco. O facto de ter sido obrigado pelas Forças Armadas e de ter perdido a sua liberdade de pensamento e de ação, levou-o a forjar números e ignorar a soberania popular", escreveu Ester Fernandes, antiga ministra da Administração Territorial, numa carta divulgada na página oficial de Domingos Simões Pereira.

O candidato às presidenciais do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e presidente do partido, Domingos Simões Pereira, pediu no final da semana passada a impugnação dos resultados da segunda volta das presidenciais, que deram a vitória ao candidato Umaro Sissoco Embaló.

Na carta, Ester Fernandes referiu que as provas apresentadas pelo PAIGC "abundam" e que a "alteração dos números foi construída com base na tentativa de ludibriar observadores nacionais e internacionais".

"O nosso sistema é tão transparente que não permite esconder nada. Aliás, o presidente da CNE (Comissão Nacional de Eleições) não tem o monopólio de tudo", disse José Pedro Sambú, salientando que a plenária daquele órgão inclui representações das candidaturas envolvidas no processo eleitoral e do Ministério Público.

Nas declarações à Lusa, o presidente da CNE disse que o apuramento regional faz-se a partir da compilação dos dados de todas as mesas de assembleia correspondentes aos círculos da região.

"A partir do apuramento regional é que a CNE faz a compilação nacional, baseando-se nos dados de apuramento regional fiscalizado pelo Ministério Público. Portanto, se houver alguma tentativa de alteração as partes envolvidas estarão atentas e vão constatar isso", afirmou.

"De maneira que esses argumentos não têm cabimento nenhum e não faz sentido, porque o sistema permite detetar eventual alteração que alguém tente fazer", sublinhou José Pedro Sambú.

O presidente da CNE explicou também que a compilação nacional é feita com a aprovação dos representantes dos candidatos e que só depois são anunciados os resultados.

Questionado pela Lusa sobre a posição do PAIGC, José Pedro Sambú disse que não está a assumir uma "atitude de 'fair play', de saber perder".

"Na verdade este secretariado fez as legislativas, correu da melhor forma, ganhou esse partido e ninguém fez confusão, fizemos a primeira volta e correu de igual forma e a segunda volta correu ainda melhor em termos de organização e de repente temos esta reação", afirmou.

O presidente da CNE afirmou também que é preciso confiar nas instituições do Estado e aguarda pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que deverá ser anunciada na sexta-feira.

 

 

 

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