Foi abatido? Tudo o que se sabe sobre a queda de avião ucraniano no Irão
A queda da aeronave da Ukraine International Airline provocou a morte aos 176 passageiros e tripulação.
© Reuters
Mundo Irão
Depois de o avião comercial da Ukrainian International Airline ter caído perto da capital do Irão, na quarta-feira de manhã, provocando a morte dos 176 ocupantes, entre passageiros e tripulação, muitas são as teorias que têm sido avançadas, com a de que terá sido atingido por um míssil a ganhar cada vez mais força. Mas, para já, certezas não há.
Ou melhor, a única certeza é a de que o avião se despenhou dois minutos depois da descolagem, matando todas as pessoas que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana. O aparelho tinha como destino a capital da Ucrânia, Kiev.
O que se sabe, afinal?
O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-'jihadista' liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada.
Depois de as caixas negras serem localizadas, as autoridades de aviação civil iraniana indicaram que não pretendiam entregar aos Estados Unidos as duas caixas negras do avião ucraniano, por não considerarem ser claro em que país as caixas iriam para investigação.
Os primeiros elementos do inquérito da Organização de Aviação Civil iraniana (CAO), davam conta de que o voo da UIA se tinha despenhado após um "problema" e um incêndio a bordo. Mas rapidamente começaram a circular informações nas redes sociais e em alguns 'media' norte-americanos que levantavam a hipótese de o Boeing 737 ter sido abatido, por engano, pela defesa antiaérea de Teerão.
O Irão rejeitou a teoria, afirmando que a hipótese "não faz sentido" e o presidente iraniano prometeu à Ucrânia uma investigação objetiva das causas do desastre aéreo. Mas perante estas alegações avançadas por fontes norte-americanas, a Ucrânia pediu ao Ocidente que fornecesse "provas" que pudessem ajudar na investigação e enviou para Teerão uma equipa de 45 investigadores para estudar as causas do desastre aéreo.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que o avião tinha sido, sem dúvida, abatido por um míssil iraniano, provavelmente por engano, de acordo com os serviços de informações canadianos e aliados. Ao que o Irão solicitou de imediato ao Canadá para partilhar essas informações, alegando "cenários duvidosos".
A tese de que a aeronave foi derrubada por balística iraniana também é partilhada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que disse ter "um conjunto de informações" de que o Boeing 737 ucraniano foi "abatido por um míssil iraniano terra-ar".
Depois das certezas de Trudeau e de Boris Johnson, ainda na noite de ontem, o The New York Times divulgou um vídeo que mostra o momento em que alegadamente o avião da Ukraine International Airline foi atingido por um míssil pouco tempo depois de ter descolado do aeroporto de Teerão, no Irão. O jornal norte-americano assegura ter verificado a credibilidade das imagens.
Esta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irão convidou a Boeing, fabricante da aeronave, a "participar" na investigação e a agência norte-americana para a segurança dos transportes, a NTSB, anunciou que também vai participar no inquérito ao acidente do Boeing ucraniano. Já anteriormente, o Presidente dos Estados Unidos tinha manifestado dúvidas sobre a tese de um problema mecânico.
Teerão, por seu lado, continua a negar que o avião tenha sido atingido por um míssil. Uma coisa é certa, esse avião não foi atingido por um míssil", disse o presidente da Autoridade da Aviação Civil do Irão, Ali Abedzadeh.
A Comissão Europeia exigiu a realização de uma investigação "independente e credível" e em cumprimento com as leis internacionais.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com