Adel Abdel Mahdi e o representante europeu, Josep Borrell, "analisaram a crise atual e as formas de cooperação para alcançar a calma e impedir a escalada" de tensão no Médio Oriente, afirmou o gabinete do líder iraquiano num comunicado.
A conversa entre os dois responsáveis ocorreu poucas horas antes de uma reunião extraordinária dos chefes de diplomacia da UE para tratar desta crise.
Durante a conversa telefónica, o político espanhol alertou para o "risco" representado pela situação atual no Médio Oriente e enfatizou a importância de travar a crise, segundo a nota.
Além disso, Josep Borrell confirmou que os titulares dos Negócios Estrangeiros da União Europeia se vão reunir e, posteriormente, deverão emitir uma declaração conjunta em apoio à soberania iraquiana.
Por sua parte, Adel Abdel Mahdi reiterou a sua posição, já apoiada pelo parlamento, sobre a retirada de tropas estrangeiras posicionadas no país, um passo a favor da "segurança, estabilidade e soberania nacional" do Iraque, e apelou ao esforço esforçasse para evitar "o risco de guerra".
A conversa entre os dois políticos ocorreu num momento de grave escalada de tensão no Médio Oriente, desencadeada após o ataque dos Estados Unidos a Bagdad, que há uma semana matou o comandante da Força Quds dos Guardas da Revolução Iraniana, o general Qassem Soleimani, e líderes das milícias xiitas pró-Irão Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi).
O Irão respondeu ao ataque, há dois dias, com o lançamento de mísseis contra duas bases militares que abrigam tropas norte-americanas no oeste e no norte do Iraque.
O primeiro-ministro do Iraque anunciou a 29 de novembro a sua demissão. Esta decisão, transmitida pela televisão iraquiana, surgiu após a morte de mais de 40 manifestantes em confrontos com as forças de segurança, na sequência da contestação que há meses exige a refundação do sistema e a renovação uma classe política considerada corrupta e incompetente.