Na primeira oração de sexta-feira que o líder supremo iraniano, o Ayatollah Ali Khamenei, fez em Teerão desde 2012, não faltaram as farpas lançadas a Donald Trump e aos Estados Unidos na sequência da escalada de tensão entre Teerão e Washington que marcou as últimas semanas.
Khamenei afirmou que Trump é um "palhaço" que apenas finge apoiar o povo iraniano. O líder supremo sublinhou que o presidente norte-americano vai "espetar um punhal envenenado" nas costas do Irão.
Durante a oração também não faltou uma referência à retaliação iraniana depois das forças norte-americanas terem assassinado o general Qassem Soleimani, que o líder supremo considerou ter sido um ato "cobarde".
Khamenei disse que os ataques com mísseis a bases com soldados dos Estados Unidos no Iraque foi um "golpe à imagem da América" como uma superpotência.
Inicialmente, não houve qualquer informação de que os ataques iranianos tivessem ferido soldados norte-americanos. No entanto, o comando central das forças armadas dos Estados Unidos revelou através de um comunicado que onze soldados ficaram feridos após o ataque à base de Ain al-Assad, "com sintomas de concussão devido às explosões".
Depois do ataque à base de Ain al-Assad, Donald Trump garantiu numa conferência de imprensa que nenhum "americano ficou ferido".
Sobre o derrube acidental do avião da Ukraine International Airlines, que provocou a morte às 176 pessoas que seguiam a bordo, a maioria iranianos, Khamenei salientou que se tratou de um "acidente amargo" que entristeceu tanto o Irão como deixou os seus inimigos felizes.
Depois do governo de Teerão ter assumido que abateu acidentalmente o avião ucraniano, registaram-se vários protestos na capital iraniana. O principal visado dos manifestantes foi o líder supremo Khamenei.
O Ayatollah Ali Khamenei ocupa a posição mais importante na hierarquia da República Islâmica do Irão desde 1989.
[Notícia atualizada às 9h22]