Presidência brasileira disse que Secretário da Cultura será demitido

Roberto Alvim copiou um discurso do ministro da Propaganda nazi Joseph Goebbels.

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Fábio Nunes com Lusa
17/01/2020 14:59 ‧ 17/01/2020 por Fábio Nunes com Lusa

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O Palácio do Planalto, a sede do gabinete oficial da presidência do Brasil, informou esta sexta-feira os líderes do congresso que o Secretário da Cultura Roberto Alvim vai ser demitido, adianta o Folha de São Paulo. A decisão foi tomada na sequência de um discurso polémico de Alvim que copiou um discurso de Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda nazi, sobre arte. 

O  ministro da Secretaria do Governo Luiz Ramos telefonou para líderes do congresso e explicou que o porta-voz da presidência, o general Rego Barros, vai anunciar a demissão. 

O discurso de Roberto Alvim gerou uma onde críticas. Rodrigo Maia, presidente da câmara baixa do parlamento, considerou que o Secretário da Cultura "passou todos os limites" e pediu logo a sua demissão. 

A Confederação Israelita do Brasil afirmou que é "inaceitável o uso do discurso nazi" por parte de Roberto Alvim e também pediu que fosse afastado do cargo. 

Num vídeo sobre o Prémio Nacional das Artes, Alvim parafraseou trechos do discurso de Goebbels. "A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada", referiu o Secretário da Cultura. 

No livro 'Goebbels: a Biography', o autor Peter Longerich cita uma afirmação do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, muito semelhante a de Alvim: "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".

Face à onda de críticas de que foi alvo, Roberto Alvim pediu desculpa numa entrevista à Rádio Gaúcha. "Peço perdão por essa infeliz coincidência retórica,  mas não houve nenhuma associação com o nazismo, que encarnou o mal absoluto", disse o Secretário da Cultura, que, no entanto, defendeu os valores propostos no vídeo. 

[Notícia atualizada às 15h26]

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