Protestos regressam às ruas da Colômbia e repetem-se confrontos

Os protestos contra o governo do Presidente da Colômbia, Ivan Duque, regressaram hoje às ruas daquele país, com manifestações e bloqueios de estradas especialmente na capital, Bogotá, marcados por confrontos esporádicos com as forças de segurança.

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© Reuters

Lusa
21/01/2020 19:11 ‧ 21/01/2020 por Lusa

Mundo

Colômbia

Pelo menos três elementos das forças policiais ficaram feridos durante os incidentes, segundo as agências internacionais.

Esta nova mobilização popular na Colômbia, que surge cerca de dois meses depois da primeira vaga de protestos, condicionou hoje a rotina de Bogotá, com a realização de manifestações em várias zonas da capital colombiana, marcadas por interrupções no trânsito.

"Há oito zonas bloqueadas", disse à comunicação social o secretário do governo de Bogotá, Luis Ernesto Gomez.

Uma das situações mais críticas dos protestos de hoje aconteceu numa estação rodoviária localizada na zona noroeste da cidade, onde as brigadas antimotim recorreram a gás lacrimogéneo para levantar o bloqueio, segundo relatou o representante, acrescentando que três elementos da polícia ficaram feridos.

Também estavam planeadas para hoje manifestações em outras cidades do país, como Cali, Medellin e Barranquilla.

A presidente da câmara de Bogotá, Claudia Lopez, no cargo desde 01 de janeiro, decidiu estabelecer um protocolo contra a violência durante as manifestações, que prevê a criação de um canal de diálogo entre fações antes de um uso progressivo da força por parte das forças policiais.

Em novembro e dezembro de 2019, a Colômbia foi palco de vários protestos contra o governo de direita, no poder desde agosto de 2018, com os manifestantes a exigirem uma mudança no rumo político do país.

A par de questionar a política económica de Ivan Duque, o movimento de contestação, lançado em 21 de novembro, denunciou aquilo que apelidou de uma "espiral de violência" contra os líderes comunitários e os defensores dos direitos humanos desde o acordo de paz de 2016 com a ex-guerrilha colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), transformada num partido político.

Segundo a ONU, pelo menos 107 ativistas foram mortos em 2019, a maioria em regiões onde operam grupos armados implicados no tráfico de drogas.

As Nações Unidas também alertaram para o assassínio de 173 ex-guerrilheiros das FARC que entregaram as armas.

"Ninguém deve pagar com a sua vida por defender uma opinião política ou uma causa social, e é por isso que consideramos isto como muito importante entre as nossas exigências", afirmou uma dirigente universitária, Jennifer Pedraza, citada pela agência France-Presse (AFP).

Em novembro, as centrais sindicais asseguraram que o governo de Duque estava a preparar um pacote de reformas que iria ter um forte impacto económico e social na vida dos trabalhadores, enumerando, entre outras medidas, a eliminação do fundo estatal de pensões, o aumento da idade de reforma e a contratação de jovens trabalhadores a salários baixos.

O Presidente Duque chegou a lançar um "diálogo nacional" com diferentes setores da sociedade colombiana para tentar travar a contestação social, mas os representantes dos setores visados exigiram uma negociação direta.

Rejeitando a "violência" contra as forças de segurança, o chefe de Estado colombiano defendeu que tais ataques "exigiam detenções e sanções exemplares".

 

 

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