O organismo teve hoje uma reunião extraordinária com os ministros do Exterior árabes e a presença do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, que foi ao Cairo explicar a posição do Governo e solicitar apoio dos seus "irmãos".
Na resolução divulgada no final do encontro, a Liga Árabe afirmou "rejeitar o acordo do século norte-americano-israelita, que não cumpre o mínimo dos direitos e das aspirações do povo palestiniano", entre eles o direito à autodeterminação.
De igual forma, o plano "contradiz a lei internacional em relação a Jerusalém, os montes Golã, a ocupação israelita e a questão dos refugiados" e todas "as referências" em que tinha baseado o processo de paz entre palestinianos e israelitas.
Por isso, representa um "retrocesso em todos os esforços de paz das últimas três décadas" e "não terá êxito", afirmou a Liga Árabe, apelando à administração norte-americana a que "se comprometa com as referências (legais) internacionais do processo de paz".
Anteriormente, o Presidente palestiniano tinha anunciado a rutura de "todas as relações" e compromissos de segurança entre a Autoridade Palestiniana de um lado e Israel e os Estados Unidos da América do outro.
O plano norte-americano, divulgado na terça-feira pelo Presidente Donald Trump, e que prevê a anexação de partes da Cisjordânia ocupada por Israel, suscitou a aprovação de muitos israelitas, mas provocou a cólera dos palestinianos.
Entre os vários pontos sensíveis do projeto figura a anexação por Israel dos colonatos que implantou na Cisjordânia ocupada desde 1967, em particular no vale do Jordão, que deverá tornar-se a fronteira oriental de Israel.
Os colonatos israelitas instalados nos territórios palestinianos ocupados por Israel desde 1967 são considerados ilegais pela Organização das Nações Unidas (ONU) e grande parte da comunidade internacional vê neles um obstáculo maior à paz.
Se a colonização da Cisjordânia ocupada por Israel é prosseguida por todos os governos de israelitas desde 1967, o processo acelerou-se nos últimos anos, impulsionado por Netanyahu e o seu aliado em Washington, Donald Trump.