Grande manifestação de migrantes em Lesbos recebida com cargas policiais

A tensão que se vive nos centros de acolhimento de refugiados das ilhas gregas provocou hoje uma grande manifestação em Lesbos, com cargas policiais sobre cerca de 2.000 migrantes que se dirigiam para a capital, Mitilene.

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Lusa
03/02/2020 13:44 ‧ 03/02/2020 por Lusa

Mundo

Migrações

A marcha foi convocada para protestar contra a falta de qualidade de vida nos campos de refugiados e contra a nova lei que restringe os procedimentos de asilo na Grécia.

O Governo grego aprovou uma lei, que entrou em vigor em janeiro, para diminuir os prazos das análises dos pedidos de asilo, tendo como objetivo devolver rapidamente os requerentes não elegíveis ou rejeitados aos seus países de origem ou à vizinha Turquia.

Segundo jornalistas de vários meios de comunicação social presentes no local, a polícia carregou sobre os manifestantes - incluindo sobre crianças -- e lançou gás lacrimogéneo, apesar de o seu uso não ter sido confirmado pelas forças de segurança.

Atualmente, habitam em Moria cerca de 20.000 refugiados num campo cuja capacidade está calculada para 3.000 pessoas.

Com faixas onde se lia a palavra "Liberdade" em inglês, homens e mulheres migrantes reclamaram a realização da análise obrigatória aos seus pedidos de asilo e contestaram as condições de vida dentro e fora do campo de Moria, o maior dos campos gregos.

Os manifestantes percorreram uma distância de cerca de sete quilómetros entre o campo de Moria e o porto de Mitilene, onde dois batalhões da polícia de choque lhes bloquearam o caminho, disparando gás lacrimogéneo.

Ainda assim, centenas de requerentes de asilo conseguiram chegar ao porto para se manifestar.

Nos campos, dezenas de milhares de requerentes de asilo, que chegaram antes de janeiro, protestaram contra os longos atrasos no processamento de seus pedidos, impedindo-os de deixar as ilhas.

A situação nos campos de cinco ilhas gregas, onde vivem 42.000 requerentes de asilo, tornou-se explosiva e além dos protestos são frequentes as lutas entre refugiados. Pelo menos quatro pessoas morreram nos últimos meses.

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