Toshiro Muto falava antes de uma reunião regular de coordenação, em Tóquio, com o Comité Paraolímpico Internacional, na qual foi abordada a propagação do vírus, detetado em dezembro passado na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei.
"Estou muito preocupado com a propagação da doença infecciosa do coronavírus porque poderá travar o ambiente e o impulso para a organização dos Jogos. Espero que isto acabe o mais depressa possível", disse à cadeia estatal japonesa NHK.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio vão decorrer de 24 de julho a 09 de agosto.
Por seu lado, o porta-voz do Comité Paraolímpico Internacional, Craig Spence, manifestou "plena confiança" nas autoridades japonesas e na Organização Mundial de Saúde (OMS) que vão "tomar todas as medidas necessárias para enfrentar a situação".
Até ao momento, os organizadores de Tóquio 2020 só tinham feito declarações genéricas sobre a vontade de tomar "qualquer medida necessária" perante "qualquer incidência de doença infecciosa" e sem uma referência concreta ao novo coronavírus chinês (2019-nCoV).
Na semana passada, a governadora da capital, Yuriko Koike, foi mais contundente ao desmentir rumores sobre a possibilidade de cancelar os Jogos Olímpicos, assinalando que "não há qualquer facto que indique isso".
Por seu lado, o Governo japonês aplicou várias medidas destinadas a conter a propagação do vírus como proibir a entrada no país de pessoas que viajaram recentemente para Wuhan, estando já a pensar em alargar estas restrições a visitantes oriundos de outras zonas da China.
Responsáveis do Ministério da Saúde japonês e da organização de Tóquio 2020, entre outros, deverão reunir-se no final desta semana para analisar a situação e discutir possíveis medidas preventivas relacionadas com os Jogos Olímpicos.
No Japão foram registados 33 casos confirmados de infeção, incluindo uma dezena de passageiros de um cruzeiro que se encontra em quarentena no porto de Yokohama (a sul de Tóquio) com 3.700 pessoas a bordo.
A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.