Partido de Merkel quer novo escrutínio após eleição de líder regional

O partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, pediu hoje a realização de novas eleições no Estado de Turíngia (leste da Alemanha), após os respetivos representantes locais terem concertado a eleição de um novo líder regional com a extrema-direita.

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Lusa
05/02/2020 18:02 ‧ 05/02/2020 por Lusa

Mundo

Alemanha

"O melhor para Turíngia seriam novas eleições", declarou o secretário-geral da União Democrática Cristã (CDU, conservadores), Paul Ziemiak, após a eleição de Thomas Kemmerich para a liderança do executivo regional daquele Estado alemão.

Kemmerich, candidato do partido liberal FDP, foi eleito com os votos favoráveis da maioria dos representantes locais do partido conservador de Merkel, mas também contou com o apoio dos membros locais da Alternativa para a Alemanha (AfD, partido de extrema-direita).

Referindo-se a esta quarta-feira como "um dia negro para o Estado de Turíngia", o representante da CDU recordou que o partido de Merkel tem por princípio excluir qualquer aliança ou cooperação com a força política da extrema-direita alemã, tanto a nível nacional como regional.

"É ainda mais grave ver os representantes da CDU a assumirem o facto de que uma eleição possa ser feita com os nazis", disse Paul Ziemiak ainda sobre a eleição de Thomas Kemmerich, que, segundo caracterizou a imprensa internacional, quebrou um tabu e criou um sismo político na Alemanha.

Paul Ziemiak não poupou nas críticas ao núcleo local da CDU no Estado da Turíngia, acusando a delegação de "violar" as regras estabelecidas no plano nacional da força partidária.

É a primeira vez na História da Alemanha pós II Guerra Mundial que um chefe de um governo regional é eleito graças aos votos da extrema-direita, bem como é a primeira vez que fações moderadas e radicais votam concertadas neste tipo de eleição.

Esta eleição acontece após meses de negociações locais infrutíferas para tentar formar uma coligação maioritária depois de um escrutínio regional realizado no outono.

Em outubro de 2019, o partido Die Linke (A Esquerda, de esquerda radical), do então chefe do governo do Estado, Bodo Ramelow, ganhou as eleições por uma pequena margem.

O escrutínio ficaria igualmente marcado por um grande impulso da AfD naquela região.

Nenhum partido quis governar com a AfD, o que tornou impossível a construção de uma maioria.

 

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