O chefe de Estado, também conhecido por IBK, referiu que está à espera de uma resposta dos 'jihadistas' à abordagem feita por um dos seus representantes.
"Hoje, o número de mortes no Sahel está a tornar-se exponencial e acho que é hora de explorar certas vias", afirmou IBK, numa entrevista à France 24 e à Radio France Internationale (RFI).
As declarações de IBK rompem com a atitude dos principais dirigentes e líderes no país, que têm rejeitado oficialmente este diálogo.
No final de janeiro, o alto representante do Presidente para o centro do Mali, Dioncounda Traoré, afirmou que tinha "enviado emissários para [Amadou] Koufa e Iyad [ag Ghali]", os dois principais líderes 'jihadistas' no país.
"Estamos prontos para construir pontes de diálogo com todos (...), em algum momento devemos sentar-nos à mesa e conversar", referiu Traoré.
IBK referiu que aquele responsável da sua equipa "está numa missão" e "tem o dever de ouvir todos".
Durante o dia de hoje, o exército maliano iniciou o destacamento para Kidal, no norte do país, onde irá tentar recuperar o controlo de uma cidade que está sob alçada de antigos rebeldes tuaregues.
Os militares deverão chegar à cidade na sexta-feira, referiu o Presidente, na mesma entrevista, na qual explicou que a viagem é perigosa, uma vez que as forças armadas são alvos constantes de ataques 'jihadistas'.
A operação tem o apoio da missão das Nações Unidas no Mali, a Minusma, e da Operação Barkhane, a força 'anti-jihadista' francesa no Sahel, de acordo com a agência France-Presse, que cita um militar maliano, que falou sob anonimato.
Esta missão em Kidal é considerada crucial para a implementação do acordo de paz de Argel, assinado em 2015 e que pretende a estabilização no Mali.
A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.
Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 graças a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.