"É difícil de acreditar que há apenas dois meses, o novo coronavírus - que acabou por monopolizar a atenção dos media, dos mercados financeiros e dos líderes políticos - era completamente desconhecido", começou por afirmar o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa declaração publicada no Twitter, esta terça-feira.
O responsável faz estas declarações à margem de uma reunião convocada pela OMS em Genebra, na Suíça, com cientistas, investigadores e peritos de saúde pública para debater formas de controlar e lidar com o surto do novo coronavírus detetado na China, cuja nova designação é Covid-19.
“Com 99% dos casos do vírus 2019-nCoV na China, isto continua uma emergência praticamente só daquele país, mas é uma emergência que constitui uma ameaça muito séria para o resto do Mundo”, adiantou, admitindo que este surto viral está a testar os profissionais "a vários níveis" e que exigirá solidariedade política, financeira e científica.
"With 99% of #2019nCoV cases in #China, this remains very much an emergency for that country, but one that holds a very grave threat for the rest of the world"-@DrTedros
— World Health Organization (WHO) (@WHO) February 11, 2020
Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que ainda "não existe uma vacina para prevenir infeção ou um tratamento eficaz para a tratar", sendo por isso necessário "o conhecimento, a visão e experiência coletiva para responder às perguntas para as quais ainda não há resposta".
"Espero que um dos frutos desta reunião seja a aprovação de um itinerário de investigação com o qual todos alinhem", disse o responsável, acrescentando que "publicações, patentes e lucros não é o que mais importa agora". "O que mais importa agora é parar o surto do vírus 2019-nCoV e salvar vidas", completou.
Sublinhe-se que, nesta reunião, que decorre até quarta-feira, os participantes vão discutir vários temas, como a identificação da fonte do vírus ou a partilha de amostras biológicas e sequências genéticas.