"Os militares estão na rua. Querem levá-lo sem mandado", referem fontes diplomáticas espanholas, citadas pela agência Efe.
As mesmas fontes referem que o embaixador espanhol na Guiné Equatorial, Guillermo López Mac-Lellan, e a embaixadora dos Estados Unidos da América, Susan Stevenson, deslocaram-se à casa de Juan Carlos Ondo Angue, na capital, Malabo, para tentar pressionar os militares a desistirem.
A Efe refere que o ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné Equatorial "está calmo", apesar da presença dos militares no exterior de sua casa.
Angue, filho da antiga embaixadora equato-guineense em Espanha Purificación Angue Ondo, foi afastado da presidência do Supremo Tribunal em agosto de 2018.
A destituição decorreu "sob proposta do Conselho Superior da Magistratura", segundo o decreto presencial então emitido, que não especificou as razões para o afastamento.
No início desse ano, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, denunciou a corrupção no sistema judicial deste país da África Central.
Angue foi então substituído por David Nguema Obiang Eyang, um antigo procurador-geral do Estado.
Desde que obteve a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, em particular com acusações de detenção e tortura de dissidentes e repetidas alegações de fraude eleitoral.
Teodoro Obiang lidera o país desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado, sendo o Presidente que há mais tempo está à frente de um país.