"Espero que não se torne uma pandemia. Acredito que os números em Itália estejam dentro de um intervalo razoável e não justifiquem uma mudança de epidemia para pandemia", disse o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli, numa conferência de imprensa, em Milão.
As declarações de Borrelli acontecem no dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou o envio de uma equipa especial para Itália, na terça-feira, depois de hoje admitir que o mundo se deve preparar para uma "possível pandemia", referindo-se ao risco de uma transmissão do vírus numa muito maior dimensão numérica e geográfica.
O número total de pessoas infetadas em Itália subiu para 229, com o novo coronavírus a ter provocado já seis mortes, mas as autoridades dizem que não foram detetados novos surtos e que todos os infetados se encontram confinados a 11 municípios que foram isolados, no norte do país.
A Itália é o maior país europeu e o terceiro mundial, atrás da China e da Coreia do Sul, com mais casos de contaminação pelo Covid-19.
Giulio Gallera, consultor de saúde da Lombardia, no norte de Itália, confirmou hoje que dos 172 casos de contaminação da região 70% são homens e que 90% dos casos positivos estão concentrados em três províncias (Lodi, Cremona e Pavia), que as autoridades chamam de "zona vermelha", já isolada com um cordão sanitário.
Em Milão, capital da Lombardia, foram confirmados três casos e um está em estudo.
Gallera lembrou que, até agora, todas as mortes ocorreram em pacientes "com uma saúde muito debilitada e muito idosa", tendo a maioria dos casos afetado homens com mais de 65 anos.
O presidente do governo da Lombardia, Attilio Fontana, disse estar "moderadamente otimista", admitindo uma melhoria gradual da situação e garantindo à população que foram tomadas todas as medidas de controlo e isolamento.