Segundo o diretor adjunto do Centro de Controlo e Prevenção de Epidemias de Guangdong, Song Tie, ainda não há "conclusões claras" sobre o sucedido nem se sabe se os pacientes podem contagiar outras pessoas.
Song observou que, de acordo com uma avaliação preliminar, os especialistas acreditam que os pacientes ainda estão a recuperar de infeções pulmonares e precisam de recuperar totalmente.
Os critérios mais recentes da Comissão Nacional de Saúde da China estabelecem que um paciente pode ser dado como curado e receber alta do hospital quando as amostras da garganta ou nariz dão negativo em dois testes consecutivos e uma tomografia computadorizada não indica lesões pulmonares, para além da ausência de sintomas óbvios, como febre.
Os critérios prescrevem que os pacientes recuperados devem monitorar a sua saúde e limitar atividades ao ar livre até duas semanas após deixar o hospital, além de serem sujeitos a novos exames nas semanas seguintes.
No entanto, os exames a alguns pacientes que receberam alta deram positivo novamente, explicou Li Yueping, diretor da unidade de terapia intensiva do Hospital do Povo n.º 8, em Cantão, a capital de província.
Treze pacientes que receberam alta daquele hospital deram novamente positivo, embora nenhum tenha voltado a apresentar sintomas, explicou Li.
Citado pelo portal noticioso Caixin, o diretor da Divisão de Doenças Infecciosas do hospital, Cai Weiping, disse que os pacientes testaram positivos em exames às fezes, um método que raramente é usado em outras partes do país.
Alguns hospitais em Guangdong passaram a testar as fezes dos pacientes após uma investigação da Universidade Médica de Cantão ter detetado o vírus em fezes, o que aponta para uma nova via de transmissão.
Cai Weiping indicou que ainda não é claro se o vírus detetado nos pacientes recuperados ainda está ativo.
Song disse que a província colocará os pacientes recuperados sob observação mais restrita.
No total, Guangdong registou 1.347 casos, o segundo número mais alto entre as 27 províncias e regiões autónomas da China continental, mas muito aquém da cifra reportada pela província de Hubei, centro do novo coronavírus.
A província contabilizou sete mortos, no total, incluindo um na cidade de Zhuhai, que faz fronteira com Macau, e que reportou, até à data, 98 casos de infeção pelo novo coronavírus.
Guangdong não reportou qualquer caso novo até à meia-noite de hoje (16:00 de terça-feira em Lisboa).
O número de pacientes em toda a China fixou-se, no total, em 78.064, ao mesmo tempo que o número de mortos ascendeu aos 2.715.
Guangdong é a província chinesa que mais exporta e a primeira a beneficiar das reformas económicas adotadas pelo país no final dos anos 1970. A província integra três das seis Zonas Económicas Especiais da China - Shenzhen, Shantou e Zhuhai -, recebendo milhões de trabalhadores migrantes.
Macau registou 10 casos de infeção com o coronavírus Covid-19, mas sete pessoas receberam já alta hospitalar.
As autoridades enviaram alunos e funcionários públicos para casa e chegaram a determinar o encerramento dos casinos durante 15 dias, que voltaram a abrir portas na quinta-feira.