"É por responsabilidade nacional e sub-regional que aceitamos um ligeiro adiamento da data das eleições. Não é uma capitulação ou um recuo, mas lealdade com a Guiné-Conacri de ontem e de hoje", disse Condé.
Condé acrescentou que apenas os candidatos registados para as eleições previstas para domingo seriam elegíveis para participarem nas legislativas.
Além de escolherem os deputados para a próxima legislatura, os guineenses previam votar este domingo, dia 01 de março, num muito contestado referendo constitucional que poderia prolongar a liderança de Condé por mais 10 anos e aprofundar uma crise política que tem provocado protestos violentos nos últimos meses.
Estima-se que desde outubro estes protestos tenham já resultado na morte de mais de três dezenas de pessoas.
O projeto com as novas alterações constitucionais foi divulgado em dezembro e será, assim, votado daqui a menos de um mês.
A oposição suspeita de que a adoção destas alterações à Constituição sirva de pretexto para que Condé reponha a zero o número de mandatos enquanto Presidente.
Alpha Condé, 81 anos, critica a atual lei fundamental do país, datada de 2010, considerando que se trata de uma "concentração de interesses corporativos" com "lacunas e incoerências".
As eleições legislativas - inicialmente previstas para o mês de janeiro do ano passado e também elas adiadas por várias vezes desde então - tinham sido boicotadas por partidos da oposição.
Tanto a UA como a CEDEAO anunciaram a retirada das suas missões de observação eleitoral da Guiné-Conacri, apontando problemas de segurança.
Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010, após vencer a segunda volta das presidenciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, tendo sido reeleito em outubro de 2015.