Eleições e referendo na Guiné-Conacri novamente adiados

O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, anunciou, na noite de sexta-feira, o adiamento das eleições legislativas e de um referendo para uma nova Constituição, marcados para domingo, para numa nova data ainda não determinada.

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Lusa
29/02/2020 09:19 ‧ 29/02/2020 por Lusa

Mundo

Guiné-Conacri

por responsabilidade nacional e sub-regional que aceitamos um ligeiro adiamento da data das eleições. Não é uma capitulação ou um recuo, mas lealdade com a Guiné-Conacri de ontem e de hoje", disse Condé.

Condé acrescentou que apenas os candidatos registados para as eleições previstas para domingo seriam elegíveis para participarem nas legislativas.

Além de escolherem os deputados para a próxima legislatura, os guineenses previam votar este domingo, dia 01 de março, num muito contestado referendo constitucional que poderia prolongar a liderança de Condé por mais 10 anos e aprofundar uma crise política que tem provocado protestos violentos nos últimos meses.

Estima-se que desde outubro estes protestos tenham já resultado na morte de mais de três dezenas de pessoas.

O projeto com as novas alterações constitucionais foi divulgado em dezembro e será, assim, votado daqui a menos de um mês.

A oposição suspeita de que a adoção destas alterações à Constituição sirva de pretexto para que Condé reponha a zero o número de mandatos enquanto Presidente.

Alpha Condé, 81 anos, critica a atual lei fundamental do país, datada de 2010, considerando que se trata de uma "concentração de interesses corporativos" com "lacunas e incoerências".

As eleições legislativas - inicialmente previstas para o mês de janeiro do ano passado e também elas adiadas por várias vezes desde então - tinham sido boicotadas por partidos da oposição.

Tanto a UA como a CEDEAO anunciaram a retirada das suas missões de observação eleitoral da Guiné-Conacri, apontando problemas de segurança.

Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010, após vencer a segunda volta das presidenciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, tendo sido reeleito em outubro de 2015.

 

 

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