Zelensky acolhe 72 pessoas vindas da China no final do seu isolamento
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acolheu hoje 72 de pessoas provenientes da China após uma quarentena de duas semanas, com o objetivo de acalmar os receios face à propagação da epidemia de Covid-19 provocada pelo novo coronavírus.
© Reuters
Mundo Covid-19
Zelensky, acompanhado pelo ministro do Interior e outros responsáveis, encontrou-se com estas dezenas de pessoas à saída do hospital de Novi Sanjary, a pequena cidade do centro do país onde se encontravam em isolamento desde a sua chegada em 20 de fevereiro.
"Desejo-vos uma boa saúde", declarou o chefe de Estado, de acordo com imagens transmitidas em direto pela presidência, ao dirigir-se aos 45 ucranianos e 27 estrangeiros -- na maioria latino-americanos -- e a cerca de 30 outras pessoas com quem partilharam a quarentena.
Entre estes últimos incluíam-se o pessoal hospitalar, a tripulação do avião que os transportou para a Ucrânia e Zoriana Skaletska, ministra da Saúde no momento da sua chegada, mas substituída quarta-feira numa remodelação governamental.
O Presidente tirou 'selfies', apertou as mãos e abraçou diversas pessoas, incluindo a ex-ministra.
"Nada de medo!", disse sorrindo, como indicou a agência noticiosa AFP. "Penso que vão recordar-se de Novi Sanjary para toda a vida. Voltem aqui de férias, isto é muito bonito".
Esta semana foi detetado na Ucrânia o primeiro caso confirmado de contaminação pelo Covid-19, num homem recentemente vindo de Itália.
A sua mulher, que não estava doente e se isolou por precaução no seu apartamento em Tchernivtsi (oeste), foi transferida para o hospital após protestos dos vizinhos, segundo os media.
O vice-ministro da Saúde, Viktor Liachko, referiu hoje que se aguardam os resultados dos testes para uma dezena de outros casos suspeitos.
O mesmo responsável, acompanhado por Zelensky, precisou que as autoridades preveem lançar "em breve" medidas restritivas, incluindo a proibição "dos eventos de massas" e o encerramento de escolas para impedir a propagação do vírus.
A chegada destas dezenas de pessoas, sem que nenhuma tenha adoecido durante o isolamento, provocou inicialmente o pânico e atos de violência nesta pequena localidade do centro da Ucrânia.
Em 20 de fevereiro, dezenas de habitantes locais bloquearam estradas e envolveram-se em confrontos com a polícia para tentar impedir o seu internamento no hospital local.
Centenas de polícias de choque, transportados em veículos blindados, foram enviados para Novi Sanjary com o objetivo de enfrentar os protestos.
No final da tarde repeliram os manifestantes para desimpedir o caminho de acesso ao hospital. Sob proteção policial, os autocarros que transportavam os viajantes, alguns com os vidros partidos devido ao arremesso de pedras, conseguiram entrar no recinto do centro médico.
Nas redes sociais, numerosos ucranianos expressaram a sua indignação face à violência e forneceram o seu apoio às pessoas internadas, com alguns populares a compareceram nas instalações hospitalares com fruta e outros alimentos.
Nove polícias e um habitante local ficaram feridos nos confrontos, indicou na ocasião uma porta-voz policial, que se referiu à detenção de 24 pessoas.
No dia seguinte, 21 de fevereiro, a ministra ucraniana da Saúde anunciava a intenção de se juntar às pessoas em quarentena, tendo permanecido no hospital até hoje.
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