"A Comissão considera que essas medidas [restritivas] só devem ser tomadas de maneira a que haja material de proteção disponível para todos os cidadãos em condições de igualdade e não de forma que beneficie um país à custa de outros", disse o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
O comissário, que falava em conferência de imprensa após a reunião extraordinária de ministros da Saúde que se realizou hoje em Bruxelas, frisou que qualquer medida desse tipo "enfraquece o foco coletivo nesta crise".
Janez Lenarcic não quis qualificar as medidas que têm sido tomadas por Estados-membros neste âmbito, mas valorou positivamente a decisão de França de requisitar todo o 'stock' de máscaras do país para assegurar que estejam disponíveis para o pessoal de saúde e os infetados.
Na reunião, os ministros dos 27 defenderam a necessidade de uma supervisão europeia das necessidades, "para assegurar a produção, armazenamento, disponibilidade e uso racional dos equipamentos de proteção".
A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, considerou que esta é "uma forte mensagem de solidariedade" e disse esperar "uma cooperação mais estreita", independentemente das medidas tomadas por cada Estado-membro, para que todos possam saber "o nível de preparação de cada país".
A decisão da Alemanha foi abordada na reunião, com o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, a explicar que não se trata de uma proibição das exportações, mas uma análise "caso a caso".
A epidemia do novo coronavírus, designado Covid-19, surgiu em dezembro na China, o país mais afetado do mundo.
Na Europa, Itália é o país com mais casos de infeção e mais mortes registadas.
O vírus, que provoca pneumonia, já infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países, incluindo 13 em Portugal.