"Devido às restrições impostas pelos países europeus, todos os voos da Iran Air para destinos europeus ficam suspensos até um novo aviso", pode ler-se num comunicado publicado hoje no 'site' da companhia, citado pela agência Efe.
A empresa, que operava voos para 14 destinos europeus, indicou que mantém consultas para tentar levantar as restrições e poder reativar as ligações.
Devido à extensão do coronavírus no Irão, os países vizinhos fecharam as suas fronteiras e a maioria das companhias áreas internacionais suspenderam os seus voos ao país, cuja companhia aérea de bandeira também foi afetada.
A Suécia já tinha anunciado, por exemplo, há uma semana a suspensão temporária dos voos com o Irão, uma medida que afetava os seis voos semanais que ligam Gotemburgo e Estocolmo com Teerão.
Relativamente às fronteiras, uma das poucas passagens que foi reaberta ao trânsito de mercadorias, a de Mehran, na fronteira com o Iraque, foi encerrada durante pelo menos uma semana por decisão das autoridades iraquianas.
O Ministério da Saúde iraniano informou que nas últimas 24 horas se confirmaram 743 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, 49 dos quais morreram, elevando o número global de contágios em todo o país a 6.566 pessoas, das quais 2.134 recuperaram.
O Irão mantém as escolas e as universidades encerradas e suspendeu todos os eventos culturais, desportivos e religiosos.
O Instituto Nacional de Investigação Médica do Irão informou também hoje que foi criado um comité, integrado por 18 especialistas, para dirigir o diagnóstico e o tratamento do Covid-19.
O Irão recebeu ajuda médica internacional para controlar a epidemia, mas as autoridades não deixam de recordar que a situação do país é mais delicada devido às sanções impostas pelos Estados Unidos em 2018, na sequência da retirada americana do acordo nuclear.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohamad Javad Zarif, criticou no sábado o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que "está a endurecer maliciosamente as sanções ilegais dos Estados Unidos destinadas a gastar os recursos do Irão necessários para combater a Covid-19".
"O mundo já não pode permanecer em silêncio, já que o terrorismo económico dos Estados Unidos é substituído pelo seu terrorismo médico".