O anúncio foi feito pela diretora do Instituto de Epidemiologia, Controlo e Pesquisa de Doenças do Bangladesh, Meerjady Sabrina Flora, em Daca, capital do país, confirmando os três primeiros casos de coronavírus no país.
"Os três são cidadãos do Bangladesh. Dois deles retornaram da Itália", disse aquela responsável, citada pela agência de notícias espanhola, Efe, acrescentando que o terceiro infetado tem uma relação de parentesco com um dos que retornaram do país europeu.
Esta confirmação fecha o círculo do Covid-19 no sul da Ásia, uma das regiões mais populosas do mundo que, no entanto, mantém um baixo número de infeções pelo novo coronavírus, embora vários especialistas acreditem que são muitos os casos não relatados.
No sábado, o arquipélago das Maldivas também confirmou os seus primeiros casos de coronavírus, tratando-se de "dois estrangeiros a trabalhar nas Maldivas e que estiveram em contacto direto com um turista italiano (...) que testou positivo para o vírus, depois de voltar a Itália", esclareceu o Governo das Maldivas, em comunicado.
Um dia antes, na sexta-feira, o Butão também deu conta do seu primeiro caso, "um homem de 76 anos dos Estados Unidos", que, de acordo com a informação do Governo, estava de férias no país.
A vizinha Índia confirmou 34 casos de coronavírus no seu território, quase metade deles detetados num grupo de turistas italianos, enquanto o Paquistão registou seis casos, o Afeganistão quatro, o Sri Lanka um e o Nepal (também um), o primeiro país a detetar a presença de coronavírus na região do sul da Ásia.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.
Depois de a China ter colocado 60 milhões de pessoas em quarentena para tentar travar a epidemia, a Itália anunciou uma medida idêntica no Norte do país, que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.
A Itália registou já 233 mortos em quase seis mil pessoas detetadas com o novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu que o risco da epidemia em Portugal poderá ser reavaliado nas próximas horas, e levar à adoção de novas medidas excecionais.