Covid-19: Argentina fecha fronteiras e suspende aulas
O Presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou o encerramento total das fronteiras argentinas nos próximos 15 dias e a suspensão das aulas para conter a propagação do novo coronavírus.
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Mundo Covid-19
No anúncio feito no domingo, Fernández avisou que este período podia "ser prolongado" e que mais medidas restritivas serão anunciadas hoje, na sequência da reunião do Conselho de Ministros.
"Fechámos a fronteira da Argentina. Durante os próximos 15 dias, período que pode ser prolongado, as fronteiras da Argentina ficarão fechadas. Não poderá entrar ninguém na Argentina, a não ser argentinos nativos ou residentes na Argentina", anunciou Fernández.
"Tomámos esta decisão porque o vírus já não vem só da Europa e começa a afetar países vizinhos. E também porque observámos que, pelas fronteiras terrestres, especialmente pela de Misiones [fronteira com o Brasil e o Paraguai] entram turistas das zonas que nós classificámos como de risco", explicou.
Para o Presidente argentino, o objetivo da medida é "ganhar tempo" para preparar o país.
"Sabemos que todos os casos que tivemos são casos importados. E devemos procurar que demorem o máximo possível em tornar-se uma transmissão de vírus autóctone. Enquanto isso, ganhar tempo é muito importante", disse.
O Presidente argentino acrescentou ter também ordenado o "encerramento de todos os parques nacionais para evitar a circulação turística interna".
A Argentina já tinha proibido os voos de toda a Europa, dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, da China, do Japão e do Irão. Agora decidiu fechar por completo as fronteiras, mesmo as terrestres, a todos os países. No entanto, as pessoas poderão sair.
O Presidente argentino indicou também que as aulas serão suspensas em todo o país até 31 de março.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde argentino, Ginés González García, recusou suspender as aulas por "não exitir circulação comunitária do vírus" e por "a medida poder ser contraproducente do ponto de vista da epidemia".
"Temos de minimizar o trânsito desses alunos e, consequentemente, a circulação do vírus", disse o Presidente, para justificar a mudança de posição.
A medida argentina chegou em sintonia com a do Chile, que também suspendeu as aulas por 15 dias. Os dois países tinham anunciado os primeiros casos em 03 de março.
O Chile tem agora 75 infetados, enquanto a Argentina conta 56 casos, incluindo dois mortos e três que já tiveram alta hospitalar.
Durante o domingo, a expetativa era de um anúncio de quarentena total na Argentina, depois de Alberto Fernández ter afirmado ser "favorável a parar" o país "por dez dias".
"Estamos a analisar a possibilidade de um corte total em algum momento. Estamos a procurar o melhor momento. Paremos a Argentina por dez dias e fiquemos em nossas casas e evitemos a circulação", defendeu.
"Se conseguíssemos eliminar o vírus antes do frio [inverno no hemisfério Sul], seria melhor. Se conseguirmos que, por uma semana inteira, todos fiquem em casa... Mas temos de considerar que tudo isso tem consequências económicas", considerou.
O Presidente argentino disse que na segunda-feira o Governo vai "avaliar a quarentena" e "anunciar, em detalhe, medidas sobre comércios e empresas".
"Uma quarentena generalizada vai prejudicar o país se, por exemplo, afetar as empresas que produzem alimentos", salientou Alberto Fernández.
Os pequenos comércios não serão afetados, mas os centros comerciais e hipermercados vão ser encerrados, indicou.
"Queremos evitar a aglomeração de pessoas e, nos centros comerciais, existe esse problema. Não vamos fechar o comércio de bairro. Uma coisa é o 'shopping center', outra a loja ao lado. Uma coisa é o mega supermercado, outra o mercado de bairro", concluiu.
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