Um norte-americano detido no Irão desde 2018 foi libertado hoje, por razões médicas e humanitárias, desde que não saia do país, anunciou hoje o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Condenado a 13 anos de cadeia, Michael White fica confiado à embaixada suíça, que representa os interesses dos Estados Unidos em Teerão, na ausência de relações diplomáticas diretas entre os dois países, devendo ser submetido a exames médicos, disse Pompeo, num comunicado.
Michael White, um ex-soldado da Califórnia, foi preso em 2018 no Irão, onde tinha ido visitar a sua namorada, tendo sido condenado em março de 2019 por insultar o 'ayatollah' Ali Khamenei, líder supremo da República Islâmica, de acordo com o seu advogado.
O chefe da diplomacia norte-americana pediu novamente a libertação definitiva de Michael White e de "todos os americanos detidos injustamente no Irão", alegando a ameaça da crise da pandemia nas prisões iranianas.
"Pedimos novamente ao governo iraniano que liberte imediatamente, por razões humanitárias, Morad Tahbaz, Baguer Namazi e Siamak Namazi. Também pedimos ao regime que honre o seu compromisso de trabalhar com os Estados Unidos para permitir o regresso de Robert Levinson", que desapareceu no Irão em 2007, insistiu Mike Pompeo.
Também a iraniana-britânica Nazanin Zaghari-Ratcliffe recebeu liberdade provisória da prisão onde se encontrava em Teerão, após uma condenação por sedição que ela nega, anunciou o seu marido e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Dominic Raab na terça-feira.
"Nazanin foi libertada esta tarde temporariamente por duas semanas até 4 de abril", disse o marido, em um comunicado. No entanto, ela terá de usar uma pulseira eletrónica limitando os seus movimentos a um raio de 300 metros da casa de seus pais.
Dominic Raab disse estar "aliviado" e pediu ao regime iraniano que "garanta que recebe qualquer tratamento médico necessário".
O ministro pediu também a Teerão para "libertar todos os cidadãos britânicos detidos arbitrariamente no Irão".
O Irão tinha anunciado na segunda-feira que concedera até então a saída temporária a 85.000 presos, incluindo os considerados presos políticos, devido à disseminação do novo coronavírus no país.
"Mais de 50% dos prisioneiros de segurança beneficiaram dessa permissão", disse um porta-voz do poder judicial iraniano, Gholamhosein Esmailí numa conferência de imprensa, embora não tenha divulgado mais detalhes sobre os presos ou a duração desta permissão de saída.
As autoridades iranianas quando falam em prisioneiros de segurança, na verdade estão a referir-se aos prisioneiros políticos, pois negam que estas pessoas tenham sido detidas devido às suas posições políticas.