PM guineense diz que governo legítimo tem plano de contingência
O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, afirmou que o seu Governo tem elaborado um plano de contingência contra a covid-19 e acusou as "autoridades ilegais" no poder na Guiné-Bissau de estarem a aproveitar a pandemia "para sacar fundos".
© Lusa
Mundo Covid-19
Numa mensagem divulgada na rede social Facebook, no sábado, Aristides Gomes advertiu a população guineense sobre os riscos que corre e salientou que o seu Governo tem preparado um plano de contingência, que devia ser acionado.
"Em contrassenso, e revelando um amadorismo e improviso gritantes, o Governo ilegal está a querer encarar a situação como mais uma oportunidade de sacar fundos, anunciando doações prometidas por alguns países, isto sem apresentar nenhum plano escrito, que contenha uma estratégia de mobilização dos esforços nas diferentes etapas de resposta à pandemia", sublinhou Aristides Gomes na sua mensagem.
O primeiro-ministro advertiu a comunidade nacional e internacional para a "irresponsabilidade dos golpistas, que sem instrumentos adequados para fazer face ao novo coronavírus têm passado a falsa imagem de disporem de um plano de contingência", cujo conteúdo e eixos são do "desconhecimento total da população".
"Um ato irresponsável, vindo de quem quer dirigir o país", afirmou.
Aristides Gomes lamentou também uma alegada doação feita por Portugal, sublinhando que é um "desperdício", porque será "aplicado de forma irracional mesmo que seja em material e equipamento médico".
As autoridades que assumiram o poder na Guiné-Bissau afirmaram que concluíram na sexta-feira a elaboração de um plano de contingência, orçado em cerca de um milhão de euros e que querem apresentar aos parceiros internacionais, assinalou um membro do Governo em Bissau.
As mesmas autoridades lamentaram que algumas representações internacionais no país se tenham recusado a responder ao convite para estarem presentes na reunião e que se destinava a analisar sinergias e distribuir tarefas.
O representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, Jean Marie Kipela, alertou para a necessidade de a Guiné-Bissau aprovar e colocar em marcha um plano de contingência, alertando sobre o facto de o vírus chegar ao país.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais do país pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.
Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país, que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos e que aguarda pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça.
A pandemia da covid-19 já provocou 12.895 mortos e 300.097 pessoas estão infetadas em 169 países e territórios.
Em África, há mais de mil casos em 40 países e territórios, com registos de 30 mortes, segundo os dados mais recentes.
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