Venezuela reforça restrições à circulação de pessoas com aumento de casos

A Venezuela registou 84 casos de infeção pelo novo coronavírus, nas últimas 24 horas, o que levou as autoridades a anunciar mais restrições à circulação de pessoas, anunciou o Governo venezuelano.

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Lusa
24/03/2020 07:16 ‧ 24/03/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

 

As novas medidas vão começar a ser aplicadas, a partir das 00:00 de quarta-feira, no Distrito Capital e estados vizinhos.

"Queremos informar que hoje [segunda-feira] se registaram sete novos casos, três no estado de Barinas, dois no estado de Arágua, um no Distrito Capital e um no estado de Miranda", anunciou a vice-Presidente venezuelana, numa declaração transmitida pela televisão estatal.

Delcy Rodríguez insistiu que a população deve manter o distanciamento social, o uso de máscaras e a quarentena preventiva, "um mecanismo efetivo e eficiente para cortar a cadeia de transmissão do coronavírus".

Por outro lado, a responsável indicou que "o Presidente Nicolás Maduro (...) ordenou um plano especial para a região capital, que abrange os estados de Miranda, de La Guaira e o Distrito Capital, onde se vai restringir ainda mais a circulação (...) que será implementado a partir desta noite".

Rodriguez anunciou que os infetados estão a ser tratados com um medicamento usado para combater a malária. "Está a dar bons resultados a nível internacional" e está já a ser distribuído gratuitamente no país, acrescentou.

A vice-Presidente explicou que a faixa etária mais afetada pela covid-19 se situa entre os 20 e os 40 anos, e reiterou que os jovens "não são imunes ao vírus".

Segundo a governante, Maduro ordenou aos estudantes dos 5.º e 6.º anos de medicina que permaneçam nos hospitais, onde "vão receber um protocolo especial" em relação a pandemia.

"Queremos que estudantes dos últimos anos de medicina se incorporem" e também os estudantes do último [ano] de enfermagem", disse.

O apelo foi feito ainda aos médicos reformados para voluntariado e apoio ao pessoal ativo.

Delcy Rodríguez agradeceu à Rússia e à China o envio de ajuda humanitária à Venezuela e anunciou ter chegado uma nova doação do Governo russo, que inclui conjuntos de provas para detetar a covid-19.

As infeções foram detetadas em 15 dos 24 estados da Venezuela, onde residente uma numerosa comunidade portuguesa.

Desde 13 de março que a Venezuela está em estado de alerta, o que permite ao executivo tomar "decisões drásticas" de combate à pandemia. Aquele estado vai estar em vigor por 30 dias, podendo ser prolongado por igual período.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena, estando impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.

Clínicas e hospitais continuam a funcionar, enquanto farmácias, supermercados, padarias e restaurantes estão com horário reduzido, sendo que os restaurantes só podem vender comida para fora.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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