A instância judicial máxima da China esclareceu, em comunicado, que a nacionalidade não terá influência sobre as decisões legais para punir o desrespeito pela quarentena imposta pelo Governo e que deve ser respeitada por chineses e estrangeiros.
O anúncio ocorre numa altura em que a China concentra os esforços em travar a importação de casos da covid-19.
Ao longo de mais de uma semana, a maioria dos casos detetados pelas autoridades chinesas foram importados, ou seja, pessoas chegadas do exterior, enquanto a transmissão comunitária quase desapareceu.
Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país. De acordo com dados oficiais, a China registou, no total, 400 casos de infeção oriundos do exterior.
Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar no país, em hotéis designados pelas autoridades.
O aumento de novos casos da covid-19 importados levou, no domingo, a China a desviar os voos com destino a Pequim para 12 cidades, onde os passageiros são agora submetidos a um controlo sanitário antes de prosseguirem viagem para a capital chinesa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.000 casos, tendo sido registados 3.277 mortos.
Nas últimas 24 horas a China reportou 78 novos casos, sendo quatro de contágio local e os restantes importados.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.