Afeganistão teme aumento dos casos com regresso de refugiados do Irão
O Governo afegão teme que o regresso de milhares de refugiados afegãos procedentes do Irão, um dos países mais afetados pela pandemia de coronavírus, aumente a propagação da doença no Afeganistão, onde o sistema de saúde é precário.
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Mundo Covid-19
"O regresso massivo de refugiados aumentou a vulnerabilidade do Afeganistão face à propagação do novo coronavírus (Covid-19), especialmente nas últimas semanas porque todos os dias cerca de 10 mil pessoas regressam ao país", disse o porta-voz do Ministério da Saúde do governo de Cabul, Wahidullah Mayar.
O responsável refere-se a todos os cidadãos que regressam de forma voluntária, mas também aos afegãos que estão a ser deportados pelo Executivo de Teerão.
A preocupação das autoridades sanitárias afegãs fundamenta-se na rapidez da propagação do vírus no vizinho Irão, onde morreram mais de 1.800 pessoas e mais de 23 mil foram infetadas pela covid-19, sendo que até agora a maioria dos 42 casos positivos no Afeganistão estão diretamente relacionados com o país vizinho.
No Irão vivem entre 2,5 e três milhões de refugiados afegãos.
"Pedimos aos retornados para cumprirem uma quarentena domiciliária de 14 dias", disse Mayar.
O Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU já demonstrou séria preocupação sobre o assunto por causa do "sistema de saúde muito débil" e das "fronteiras porosas" entre o Afeganistão e o Irão.
O fluxo de retornados aumentou drasticamente desde o passado dia 08 de março devido à propagação da doença no Irão que também levou ao encerramento das indústrias iranianas onde os trabalhadores afegãos trabalhavam.
De acordo com o Organização Internacional para as Migrações, entre os dias 15 e 18 de março mais de 57 mil pessoas regressaram ao Afeganistão.
Ao mesmo tempo, as organizações não-governamentais avisam que as décadas de guerra no país destruíram o sistema de saúde que depende sobretudo da ajuda humanitária internacional.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
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