Fernando Simón, diretor do Centro de Emergências e Alertas de Saúde do Ministério da Saúde espanhol, disse que, num primeiro momento, houve dois ou três surtos de infeções contraídas em ambiente hospitalar que explicam a transmissão entre médicos, enfermeiros e assistentes, o que explica, "em parte", o elevado número de infetados entre este tipo de trabalhadores, 5.400 até à data.
O responsável admitiu que "não se pode negar" que o acesso a equipamento de proteção pessoal, embora "suficiente", pode atingir "momentos críticos" em "alguns pontos".
Simón justificou as faltas com "um problema de acesso aos mercados", porque esses equipamentos "foram durante muito tempo escassos" a nível global.
As autoridades estão a solucionar o problema, disse, mas "não há uma disponibilidade global fácil" de materiais.
O responsável frisou, contudo, que parte dos profissionais infetados também pode ter contraído o vírus nos seus contactos sociais.
Ante todas estas variáveis, afirmou, não é possível de momento fazer uma interpretação mais detalhada dos números.
Os casos de covid-19 entre profissionais de saúde representam em Espanha 12% do total de infeções, contra 8% em Itália e 4% na China.
Espanha é um dos países mais afetados pela pandemia causada pelo novo coronavírus, com 39.673 casos e 2.696 mortos, segundo números oficiais de hoje.
No país, há 22.762 pessoas hospitalizadas, das quais 2.636 em unidades de cuidados intensivos.