Covid-19: Líbia anuncia primeiro caso de pessoa contaminada

Um primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus foi registado na Líbia, anunciaram hoje as autoridades líbias, que já tinham tomado medidas para procurar impedir a propagação da pandemia neste país em guerra.

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© Getty Images

Lusa
24/03/2020 23:59 ‧ 24/03/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

O ministro da Saúde do Governo de União Nacional (GNA, na sigla em francês), baseado em Tripoli, divulgou a existência de "uma primeira contaminação com o coronavírus na Líbia", sem dar mais detalhes, nem sobre o doente, nem sobre a região onde esta contaminação foi detetada.

"Foram tomadas as medidas necessárias para tratar" este primeiro caso, afirmou Ehmed Ben Omar, durante uma breve declaração publicada na internet.

O diretor do Centro de Luta contra as Doenças, Badreddine al-Najar, adiantou que o doente regressou há uma semana da Arábia Saudita, com passagem pela Tunísia.

Antes mesmo da deteção deste primeiro caso, o GNA, que é o governo líbio reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), tal como o executivo rival, baseado no leste e liderado pelo marechal Khalifa Haftar, já tinham tomado medidas preventivas.

Um recolher obrigatório noturno e o encerramento de locais públicos foram algumas das medidas aplicadas, enquanto os combates prosseguem a sul da capital.

O risco de uma propagação do vírus é particularmente preocupante na Líbia, onde a situação de segurança e humanitária deteriorou-se a partir do lançamento, no início de abril de 2019, de uma ofensiva por Haftar contra Tripoli, que já provocou mais de mil mortos e 150 mil deslocados.

Os dois campos rivais acusam-se mutuamente desde domingo de violações de uma nova trégua aceitada pelas duas partes, depois de uma iniciativa de vários Estados e de a ONU ter apelado para uma "pausa" nos combates para se poder combater o novo coronavírus.

Mas na terça-feira, na capital líbia, eram ouvidos intensos bombardeamentos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.

 

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