Nova Iorque é o epicentro da crise do novo coronavírus nos Estados Unidos, com números de casos e de vítimas mortais que seguem a progressão verificada em cidades como Madrid e Milão.
O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, disse que o número de pessoas hospitalizadas no estado subiu hoje para 3.800, com cerca de 900 pessoas em cuidados intensivos.
Cuomo disse que podem vir a ser necessários 140 mil camas hospitalares, num sistema que apenas tem 53 mil, e que as 285 mortes já registadas devem aumentar substancialmente nos próximos dias.
Para acomodar os cadáveres, as autoridades instalaram dois camiões com câmaras de refrigeração, para servir de morgue, no mesmo exato local onde um sistema idêntico tinha sido montado para lidar com as mortes do ataque terrorista de 11 de setembro.
Em breve, este modelo deve ser instalado noutros hospitais da cidade, para dar resposta ao aumento galopante de novos casos.
Só na cidade de Nova Iorque já houve 210 mortes e Cuomo espera um aumento significativo antes de ser atingido o ponto de inflexão da curva de crescimento da pandemia.
"Temos 53.000 camas hospitalares, com 3.000 de cuidados intensivos. Para o pico da curva, precisaremos de 140.000 camas. Esses números são astronómicos e preocupantes, superiores aos estimados anteriormente. Estamos a procurar todas as opções agressivamente", disse o governador estadual.
"Abril, sem dúvida, será pior que março. E, neste momento, o meu medo é que maio seja ainda pior que abril. É com esta realidade que nos confrontamos", concluiu Cuomo.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.