A morte dos médicos suscitou temores de uma crise na saúde mais séria e levantou dúvidas sobre os números de mortes comunicados pelas autoridades, que até ao momento são 38.
Mesmo após os 55 milhões de habitantes de Luzon, a maior ilha do arquipélago e onde está localizada a capital, Manila, entrarem na segunda semana de confinamento, os médicos relatam um aumento no número de casos da covid-19.
Ao anunciar hoje a morte de um nono médico, o conselho dos médicos afirmou que os profissionais de saúde têm falta de meios de proteção.
"Se dependesse de mim, primeiro seriam testados aqueles que estão em contacto direto com os doentes e os testaria novamente após sete dias. Os médicos podem ser portadores" do vírus, disse o médico Benito Atienza, vice-presidente do Conselho Nacional dos Médicos à agência de notícias AFP.
Três grandes hospitais de Manila anunciaram na quarta-feira que atingiram a capacidade total e já não serão capazes de aceitar novas pessoas infetadas pelo novo coronavírus.
Centenas de médicos estão agora em quarentena por 14 dias após serem expostos a situações de risco, de acordo com os hospitais.
Na terça-feira, pouco menos de 2.000 pessoas foram declaradas positivas para o novo coronavírus nas Filipinas, onde os testes são realizados em pessoas mais frágeis devido em particular ao seu estado de saúde ou idade, como também em pessoas com sintomas graves ou mulheres gravidas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 240.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até hoje.